André Gilberto Boelter Ribeiro


Textos, Artigos Públicados, Reportagens citadas, Fotos, entre outros assuntos.

sábado, 29 de dezembro de 2007

RESENHA: POPULAÇÕES E CULTURAS PRÉ-HISTORICAS

1 – Dados de Identificação


Autor:Marilia Carvalho de Melo e Alvin.
Tradutor s/t
Titulo: Populações e Culturas Pré-históricas
Subtítulo: Inúmeros subtítulos
Edição: s/e
Editora:
Cidade: São Paulo
Ano: 1998
Nº de Páginas: 31-39

2. RESUMO

Muitos são as explicações sobre a origem da população no Novo Mundo, sejam elas biológicas ou mesmo histórica ainda não se chegaram a um consenso. A população pré-histórica chega a América do Sul pelo Istmo do Panamá, e discute a idade de existência dessa população no sul do continente. Mas todos os dados são contestáveis. A cordilheira andina foi ponto de desenvolvimento. No Brasil a região centro-leste (Lagoa Santa e da Costa Atlântica) foram os locais escolhidos.
A Lagoa Santa é uma pequena cidade, com uma área arqueológica ampla e o sitio mais importante no Brasil. E sobre essa região se produz muito estudo. Nela foram encontrados muitos fosseis. Encontrou-se esqueletos e carvões que demonstram ter mais 10.000. Outra descoberta é a Lapa Vermelha IV, onde foi encontrado o esqueleto de uma mulher.
A região da Lagoa Santa na era do Pleitoceno esteve submersa as águas. Somente no limiar da época atual é que o Homem da Lagoa Santa pode ocupar os abrigos sob as rochas do maciço calcário de Cerca Grande.
Alguns fósseis parecem atuais outros nem tanto. Os extensos períodos pluviais e a lixivização e laterização contribuem para a extinção de muitos animais. A cultura do homem da lagoa Santa predomina ponta de flechas confeccionadas de osso e com formas pendiculares de pedra polida. O homem de Lagoa Santa era coletor—caçador, e não conhecia a agricultura. Possuía cultura rudimentar quanto a tecnologia, escassez da cultura.
As pesquisas morfológicas no Brasil são relativamente pequenas. Com base no material de Cerca Grande, os esqueletos foram exumados. Demonstraram a grande afinidade morfológica dos antigos ocupantes dos abrigos e lapas da área arqueológica de Lagoa Santa. O texto aponta pela não miscigenação destes grupos.
Os referidos espécimes apresentam grande freqüência dos seguintes caracteres morfológicos: constituição medianamente robusta ou grácil; diferenciação sexual moderadamente marcada no esqueleto; estatura baixa; anomalia numérica por excesso ou por falta; incisivos medianos superiores na face lingual; abrasão dentária com presença de cáries.
Os sambaquis são encontrados no Brasil, distribuídos ao longo da costa, desde a foz do Amazonas até o Rio Grande do Sul e as vezes, no interior. Os sambaquis apresentam sob forma de colinas, de base oval, formadas, sobretudo de carapaças de moluscos dispostos em camadas mais ou menos nítidas de variada espessura, contendo leitos de carvão humano, inclusive sepultamentos. Em casos excepcionais, medem 30m de altura por 400m de comprimento. Existem sambaquis recentes e podem ser classificados como naturais e artificiais. Foi quem propôs a primeira classificação dos sambaquis em fases, em que se combinavam os critérios espacial e temporal.
Os sambaquis compreendem as idades de 7000 à 1500 anos passados. Mais recente que o sambaqui de Maratua e igualmente datado pelo C-14 foi o material de um outro sambaqui, o da Ilha dos Ratos, na baia de Guaratuba , Paraná.
Foram encontrados muitos esqueletos humanos nos sambaquis e isso sempre foi um grande problema para pesquisa. Não há uma uniformização racial nos sambaquis. E no interior do Brasil a variabilidade racial é maior. Um fator principal nas pesquisas morfológicas é a carie, a alimentação e a estrutura corporal dos homens do sambaquis. Os sambaquis variam grandemente no tempo e no espaço e diversas populações podem ter sido responsáveis, portanto, pela construção desses sítios arqueológicos.
Utensílios de pedra encontrados em Rio Claro acusa pelo C-14 que data de 6245 anos. Mas alguns afirmam que o sitio Alice Bôer antiguidade maior. Através de escavações sistemática que no interior do Paraná que há 6386 anos grupos indígenas habitaram as margens do rio Ivai.
Os trabalhos na Amazônia demonstram vários complexos culturais distintos que correspondem às fases Ananatuba, Mangueiras, formiga, Marajó e Arua e à cerâmica Santarena.
A fase Ananatuba é originária possivelmente da Colômbia e foi introduzida em Marajó há aproximadamente 2.800 anos. A fase Mangueiras é derivada da Annatuba. A fase marajoara é a mais conhecida devido a beleza de sua cerâmica. Procedente do Equador e da Colômbia foi introduzida na ilha por volta do ano 1.000 de nossa era. A ultima fase denomoinada Aruâ (nome dado ao grupo tribal encontrado pelos primeiros exloradores da Ilha de Marajó), é identificado por um estilo cerâmico, sem qualquer parentesco com o da fase Marajoara, e prolonga-se até princípios do século XIX.
A cerâmica tupi-guarani abrange uma área muito ampla e seus portadores se estenderam pelo litoral atlântico desde o Nordeste brasileiro até o Rio da Prata e para o interior alcançaram o Paraguai e o Araguaia. O sitio mais antigo data de mais ou menos 3935, ou seja, 1958 a.C e localiza-se no município de Tenente Portela- RS.
O homem tupi-guarani, além de coletor e caçador, era praticante da agricultura, o que lhes dava vantagem nas guerras pelo acúmulo de alimentos. Usava arco, flecha e o tacape. As vezes havia o processo de aculturamento com os vencidos.
Em alguns sítios são encontradas muitas urnas funerárias. Os tupis são conservadores de sua tradição.
3. CONCLUSÕES DO RESENHISTA
O que se pode concluir deste texto é que não há uniformidade entre todas as culturas pré-históricas do Brasil. O que comprova que os sambaquis são depósitos humanos de materiais orgânicos, calcários, empilhados ao longo do tempo e sofrendo a ação da intempérie, o que acaba por promover uma fossilização química, pois a chuva deforma as estruturas dos moluscos e dos ossos enterrados, difundindo o cálcio em toda a estrutura e petrificando os detritos e ossadas porventura ali existentes.
Diante dessa conservação, encontrou-se esquelçetos humanos, e o seu estudo comprova que não existe também uma uniformidade morfológica nas populaçõe de Sambaquis.
Outro ponto osbervado é que as história da cerâmica nos povos pré-históricos não são genuinamente do inteiror brasileiro, mas sim provinientes de regiões vizinhas.

4. TRECHOS QUE SIRVAM PARA CITAÇÕES

As pesquisas sobre sambaquis são ainda parciais e incompletas. Entretanto, podemos inferir dos estudos já realizados que a alimentação usual dos construtores dos sambaquis constitui-se de moluscos terrestres e aquáticos, mariscos, ostras, mexilhões, peixes e em menor quantidade, répteis, aves e mamíferos, como o tapir, a capivara, a paca e os pequenos veados. Disto se conclui que eram mais coletores do que caçadores (p. 4).


As pesquisas realizadas sobre o homem no Novo Mundo precisam ser, na verdade maiores em extensão e profundidade, não só em grupos indígenas e americanos, mas em grupos da Mongólia e da região asiática da União Soviética, de onde talvez provieram os maiores contingentes populacionais que povoaram as Américas ( p. 01).

5. VOCABULÁRIO

SAMBAQUIS - São depósitos de conchas acumuladas por grupos tribais que dependiam da coleta de moluscos como base de sua alimentação, ocupando-se paralelamente da caça e da pesca.

CERÂMICAS – é a atividade de produção de artefatos a partir de argilas, que torna-se muito plástica e fácil de moldar quando umedecida.


MORFOLÓGICA - é o estudo da forma de um organismo, ou de parte dele.

RESENHA: O RENASCIMENTO DO BARROCO

1 – Dados de Identificação


Autor: Ricardo Arnt, OLIVEIRA, Lucia Helena; BARROS, Fernando Valeika de.
Tradutor s/t
Titulo: O Renascimento do Barroco
Subtítulo: Sem subtítulo
Edição: s/e
Editora:
Cidade: São Paulo
Ano: 1998
Nº de Páginas: 31-39

2. RESUMO

A valorização atual da arte barroca deve-se a moda de regresso ao passado. Na época barroca havia uma forte influência religiosa. O barroco foi um dos principais instrumentos da arte da contra-reforma, que se propagava na época. E através dele sediou-se a Companhia de Jesus, a ordem dos jesuítas, fundada para combater o protestantismo. O barroco é a arte da fé.
Nessa época Portugal era domínio espanhol e por isso as suas colônias eram deixadas quase que de lado. Portugal enfraquece sua autonomia e com isso enfraquece também a arte.
No Brasil, nesse período inicia-se o ciclo do ouro, e com isso, imigrantes invadem as terras a trabalho. Milhares de pessoas queriam enriquecer à custa do ouro brasileiro, o qual era enviado para a Portugal e Espanha.
Com o surgimento de Salvador e Recife, um século depois, o estilo barroco muda o interior das igrejas. As decorações eram feitas em ouro puro e técnicas utilizadas na época. As pinturas também são muito utilizadas nos interiores, principalmente as com inspiração européia. Todavia, com a passagem marítima, a arte barroca molda-se a forma mais brasileira. Um dos principais representantes dessa arte no Brasil é Aleijadinho.
Com o mercado do ouro em alta, há o favorecimento de outras áreas da economia, como a pecuária, fumo, açúcar, etc. Também se verifica com o aumento populacional com predominância masculina o que ocasiona o aumento da prostituição, onde até os padres envolviam-se em escândalos. Os costumes eram promíscuos e as leis, pouco respeitada. E, na religião havia certo desequilibro entre as pessoas, não havia igualdade na irmandade, sendo tudo um jogo de interesses.
A obra prima da arte mineira foi a Igreja de São Francisco de Assis. Pode-se afirmar que a arte brasileira nasce com o barroco. O barroco brasileiro carrega a tropicalidade, a permissividade e a sensualidade da miscigenação das culturas. Aqui, as ordens religiosas incorporam o negro e o índio. Era a Igreja que promovia a festa do Rei do Congo.
Os principais gênios da arte barroca são: Aleijadinho (1739 – 1814); Padre Antonio Vieira (1608-1697); Gregório de Matos (1633-1696); Padre José Mauricio Nunes Garcia (1767-1830).

3. CONCLUSÕES DO RESENHISTA
O termo barroco denomina genericamente todas as manifestações artísticas dos anos de 1600 e início dos anos de 1700. Além da literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época. O quadro brasileiro no século XVII tem a presença cada vez mais forte dos comerciantes, com as transformações ocorridas no Nordeste em conseqüência das invasões holandesas e, finalmente, com o apogeu e a decadência da cana-de-açúcar. Uma das principais referências do barroco brasileiro é Gregório de Matos Guerra.
Há uma dualidade na arte barroca, sempre tentado conciliar dois termos opostos. E a presença da igreja é o que marca a arte nesse período, tanto na construção de obras primas como no próprio estilo.
A arte barroca é a primeira escola a incorporar as características brasileira, o que acontece na literatura muitos anos depois. A presença do Aleijadinho demonstra essa integração cultural que hoje se fala muito, denominada miscigenação. Pois suas obras são a expressão dessa mistura, visto que as características de suas esculturas são de pessoas mestiças.



4. TRECHOS QUE SIRVAM PARA CITAÇÕES

A Igreja queria aparecer moderna e não ultrapassada (...) A pompa e a exuberância barrocas quebravam a linearidade e a rigidez dos estilos vigentes, o renascentista, harmônico e equilibrado, e o maneirista, superficial e artificioso. E impressionavam. Daí o apego as curvas, ao movimento, ao drama, à decoração feérica e , paradoxalmente – em se tratando de uma arte religiosa – à sensualidade (1998, p. 32)


Cada corporação de oficio tinha a sua Ordem. Havia irmandades de elite e populares. A Ordem Terceira do Rosário dos Pretos congregava escravos. Cada uma tinha seu santo, suas festas e construía sua igreja exclusiva, competindo com as outras em prestígios. Para o devoto, o prêmio era ser enterrado pela confraria – garantindo o céu após a morte (1998, p. 36).



5. VOCABULÁRIO

BARROCO: compreende-se como barroca a arte desenvolvida no século XVII. Contudo, alguns historiadores costumam apontar como o início da época barroca os anos finais do século XVI, que com a arte religiosa da Contra-Reforma teria gerado os primeiros frutos do que viria a ser a arte barroca, plenamente desenvolvida apenas durante a primeira metade do século posterior.

PURIFICAÇÃO

PURIFICAÇÃO

Um dos grandes propósitos de um novo crente em Cristo Jesus é a purificação do que se chama a casa de Deus. Podemos procurar o quanto quisermos e não encontraremos um que não cite o desejo de ser renovado pelo sangue de Cristo ou pelo poder de Deus. Os propósitos firmados no ato conversivo ou nos momentos de manifestação do Espírito às vezes são olvidados ou enfraquecidos quando o retorno ao lar se transforma em um caminho árduo ou promessa da prosperidade é mergulhada nas lágrimas da prova. Atualmente os crentes querem ser aprovados sem passar pela prova e o pior confundem a promessa de prosperidade com os ditames capitalista de acúmulo e transitoriedade material, ou seja, ser próspero deixou de significar algo próximo ao bem-sucedido para revestir-se do caráter capitalista de ter o carro do ano, o celular da moda, o mp3, o mp4, etc, etc.
A revista do momento aponta para estereótipos (modelo) de beleza, de conduta, de atitudes que devem as pessoas seguir para estarem dentro do grupo, em hipótese alguma admite-se não estar na moda, ser taxada de inconveniente. Quando contextualizamos o tema purificação na vida dos jovens esbarramo-nos em questões mais delicadas, pois estes se encontram mais vulneráveis as normas seculares que os adultos, (entenda-se por jovem aqueles adolescentes e jovens).
Os jovens confiam muito no vigor físico como único meio eficiente para a salvação de todos os males. É preciso considerar o que está escrito nas Escrituras para que se proceda com a purificação.
O primeiro texto sagrado é encontrado em Gálatas 5: 18-26, onde podemos verificar a classificação entre os atos da carne (e que mais estão suscetíveis os jovens) e os atos provenientes do Espírito (considerados frutos do amor). São assim considerados obras da carne a prostituição impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, ciúmes, iras, pelejas, dissensões, facções, invejas, bebedices, orgias e coisas semelhantes a estas. O Texto sagrado é claro em afirmar que quem fizer uso destas ações como prática de vida “não herdarão o reino de Deus”. Em Romanos 1: 29-31, citam-se outros Frutos da Carne: “Estão cheios de toda iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade, inveja, homicídio, contenda, engano e malignidade. São murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos,inventores de males, desobedientes aos pais e as mães; são néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconhecíveis, sem misericórdia”.
Antagonicamente aos atrativos carnais estão os frutos do Espírito,que são bons e nos levam ao bem: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. No versículo 25 do capítulo 5 de Gálatas vemos que “se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito”.
É preciso saber e ter consciência de que o que comentemos e conforme agimos nos nossos dias terrenos, seremos julgados e retribuídos, ou com coroa de glória ou como assalariado da morte.
Na sociedade moderna é de praxe o homem (homem e mulher) sentir-se orgulhosos em afirmar que são vaidosos. A vaidade pode ser conceituada como sendo algo que expõe qualidades exteriores do indivíduo. A vaidade está ligada ao cuidado com o corpo, o físico e a utilização de coisas para adequar-se aos padrões de beleza.
Não há mais a divisão entre homens e mulheres quando o assunto é vaidade. As mulheres estão dividindo igualmente os salões de “beleza” com seus maridos, pintar cabelo é coisa do passado, homens e mulheres disputam horários em clínicas de cirurgia plástica em busca da eterna juventude, olvidam-se que a eternidade só é possível com Jesus.
É necessário converter-se os corações e guardar os mandamentos de Deus, bem como os seus estatutos, para que não caiamos em desgraça do mesmo modo que Israel na época de Oséias, que viviam sob a normatividade da impenitência, da incredulidade e da teimosia. Viviam sob o jugo da separação, infiéis a justiça, sob o preceito da vaidade:

Porém não deram ouvidos, antes endureceram a sua cervis, como fizeram seus pais, que não creram no Senhor seu Deus.
Rejeitaram os seus estatutos, e a sua aliança, que fizera com seus pais, como também as suas advertências, com que protestara contra eles. Seguiram a vaidade e se tornaram vão, como também seguiram após as nações que estavam ao redor deles, das quais o Senhor lhes havia ordenado que não as imitassem.
Deixaram todos os mandamentos do Senhor seu Deus, e fizeram para si duas imagens de fundição em forma de bezerros, e um poste-ídolos.(...) (2REIS 17:14-16)

Assim, fazem muitos jovens na atualidade, não acreditam no poder restaurador e renovador do próprio criador, para buscarem a perfeição física exposta em revistas e novelas, crerem em ídolos tão tolos e absurdos como os bezerros da antiguidade, e ignoram que “pois a aparência deste mundo passa” (1 Cor. 7: 31). É preciso seguir o exemplo de Paulo e Barnabé rasgando as vestes (abrindo mão daquilo que nos cobre de impureza e se questionar: “Senhores, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há.” (AT. 14: 15).
O salmista no uso da atribuição divina de sabedoria no capítulo 127, versículo 1 declara que “ se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam. Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela”. E, no capítulo posterior, Davi exemplifica a prosperidade de quem não edifica o seu caráter e seu viver nas coisas do mundo:

“Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos. Comerás do trabalho das tuas mãos; feliz será, e te irá bem.
A tua mulher será como videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa.
Assim é abençoado o homem que teme ao Senhor.
O Senhor te abençoe de Sião todos os dias da tua vida; para que vejas a prosperidade de Jerusalém, e vivas para ver os filhos de teus filhos. Paz seja sobre Israel.”

A vaidade é um câncer da alma que destrói aos poucos aquilo que o homem tem de mais puro. A vaidade (e não os atos de higiene e saúde, como cuidados com dentes, doenças, roupas limpas e passadas), mas a vaidade descabida que entranha milhares de pessoas em academias, enlouquecidos por corpos “perfeitos”, que sujeitam-se a mutilações em seus corpos em busca de padrões humanos estabelecidos como modelos de beleza, e coisas inatingíveis senão pela criação divina.
Um outro ponto necessário a ser abordado na vida dos jovens é o aspecto corporal voltado ao sexo. Como falado anteriormente, a prostituição está no rol dos frutos da carne, cabe dizer que esse rol não é exaustivo, existem muitas outras coisas que nos levam a morte.
O escrito no livro de Romanos 1:25-27 retrata a incredulidade humana perante a verdade divina e o uso no corpo como instrumento do pecado contrariamente à vontade de Deus:

Pelo que Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si.
Mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram a criatura em lugar do Criador, que é bendito eternamente. Amém.
Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
Semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, inflamaram-se em sua sensualidade uns para com os outros, homem com homem, cometendo torpeza, e recebendo em si mesmos a penalidade devida ao seu erro.


O jovem está imerso no contexto da contaminação, e nisso tem culpa não somente a televisão, as revistas, a internet, demais meios de comunicação como também a família que não conversa sobre a verdade de Deus. Essa contaminação do caráter e da conduta cristã do jovem acontece pela liberalidade sexual e defesa da diversidade de identidade. Adolescentes recém iniciam o seu amadurecimento já estão sexualmente ativos e a prática sexual acontece indiscriminadamente entre o grupo de amigos. Dentre os casos a serem citados e que podem ser verificados no trecho bíblico acima citado são as experiências homossexuais masculinas e femininas.
Adolescentes meninos tanto deitam-se como mulheres como com seus amigos e diversas vezes até com tios e primos, usando seu corpo como se fossem corpo de mulher, da mesma forma tomam os corpos de seu próximo como se de mulher fossem.
Não obstante, houvesse a repreensão social/moral (hipócrita) de homens casados tem relações sexuais tanto com mulheres como com outros homens, recorrendo-se a desculpa do fetiche e da fantasia sexual para desviarem suas condutas da vontade do Pai.
A vida purificada e santificada de acordo com a Palavra, precisa de constante cuidado. O inimigo está solto e pega até aqueles que cuidam de suas atitudes públicas e não caem nas armadilhas citadas anteriormente. Porém, é preciso considerar que na intimidade, muitos descuidam de sua vigia e fazem a vontade da própria carne. Meninos e meninas, visivelmente santificados e dedicados à obra, num momento de fraqueza e solidão deixam a oração em segundo plano e caem na satisfação de seus instintos carnais e praticam a masturbação.
No momento em que estão deitados em suas camas fechados em seus quartos ou na hora do banho, muitos durante a higiene pessoal, começas a passar a mão com mais vigor e sentem a resposta aos estímulos de forma positiva. A menina sempre começa com o primeiro dedo e o menino sempre começa ensaboando, dentro de poucos dias após a descoberta do orgasmo ou da ejaculação, os segundos de prazer-solitário comprometem a eternidade, pois juntamente com essa atitude, povoam a mente do adolescente pensamentos e desejos que não satisfazem os requisitos necessários a santificação.
Na falsa certeza de que será a última vez, muitos adolescentes continuam se masturbando, continuam deitando-se como mulher com seus próximos e tendo-os da mesma forma como mulher, e mulheres com mulheres. É preciso para isso, muito mais que força de vontade interior como muitos pregam, é preciso jejum e muita oração. “Bem-aventurado o homem que continuamente teme ao Senhor, mas o que endurece o seu coração virá a cair no mal” (Pv. 28-14). Teme a Deus e guarda os seus mandamentos, pois isto é todo odever do homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, inlcusive tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau. (Ec. 12:14).
O capitalismo moderno leva os jovens à ganância. Eles querem tudo e depois que conseguem isso não basta, não os satisfazem. O celular da moda hoje, amanhã não será e assim continuamente. Roupas e objetos são trocados constantemente, e isso tende a passar para as pessoas, e começam a trocar de namorados, namorados e namorados.
Em Lam. 3:27 encontramos um alerta aos jovens que vivem com a sua lanterna da sexualidade ativa: “Bom é para o homem suportar o jugo da sua mocidade”, isto é, é bom que o homem tenha autocontrole, domínio próprio que é um Fruto do Espírito. Não podemos esquecer que nosso caráter, nossa alma é mais preciosa que a nossa carne, que a vida física.
Em 1Jo 2:13 -14 há um direcionamento da palavra aos jovens. Da mesma forma, há uma responsabilização aos pais. O jovem deve conhecer a Cristo, mas os pais devem influenciar os seus filhos porque já conhecem o maligno da juventude.

Pais, eu vos escrevo, porque conhecestes o Pai. Eu vos escrevi pais, porque conhecestes aquele que é desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo porque já vencestes o maligno.
Eu vos escrevi meninos, porque conhecestes o Pai.. Eu vos escrevi pais, porque já conhecestes aquele que e desde o principio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.

Os jovens devem estar atentos às seguintes palavras do Salmista 119:9 “Como purificara o jovem o seu caminho? Observando segundo a palavra.”. Observar os preceitos de Deus não é apenas um ditame, mas é um dos ordenamentos maiores de Cristo que diz que “

É preciso, então, “ no tempo que vos resta na carne não vivais mais segundo as concurpisciencias dos homens, mas segundo a vontade de Deus. Pois é bastante que no tempo passado tenhais cumprido a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias.” (1Pe. 4:2-3).
Crer no Pai e em Jesus é acreditar e seguir os seus mandamentos, consequentemente observar as suas palavras e afastar-se daquilo que não porvém de Deus, por mais maravilhoso que possa parecer. Não podemos esquecer que o inimigo de nossas almas, se apresentará como “anjo de luz” para nos cativar.
Essencial é que em todo o tempo sejam alvas as teus vestes, e nunca falte óleo sobre a tua cabeça. (Ec. 9:8). Porque, “vaidade de vaidades, tudo é vaidade. (Ec 1:2). Pois, “o sangue de Jesus, seu filho, nos purifica de todo o pecado (1 Jo 1:7) e, “Deus tomou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus” (1Co 5:21).
O jurem também está suscetível de cair, de cansar na sua caminhada espiritual, assim como bem relata Isaías (39: 30-31) “Até os jovens se cansam e se fatigam, e os jovens tropeçam e caem, mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças. Subirão com asas de águias; correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão.” Progredir espiritualmente é necessário, a esperança em Deus não pode ser abalada para que haja uma renovação espiritual diária. Conforme At. 2: 38 se faz urgente “arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.”. dessa forma, Deus: “Dará a vida eterna aos que, com perseveranças em fazer o bem, procuram glória, honra e incorrupção”. (Rom. 2-7)
Em Mateus 23:26, Jesus profere apenas uma frase que nos remete ao tema purificação interna. O homem é cego espiritual por natureza, é preciso que apresentem a ele o Evangelho. Com o advento dos aparatos tecnológicos e modernos valoriza-se mais o exterior do que o interior, por isso muitas vezes não se compreende como uma mulher “tão linda” nos moldes da sociedade atual, casou-se com um homem feio, pobre e honesto (sem ambições). O coração do homem está envolvido num pacote de podridão moral, de corrupção, de valores deturpados e de frutos da carne. Precisamos deixar se sermos cegos como o fariseu e limpar primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo.
Assim, como o diabo tentou Jesus no deserto ele está tentando muitos jovens que estão no meio de nós, que conhecem a Verdade Divina e já sentiram o poder de Deus em suas vidas. E dão ouvidos às palavras do maligno: “Tudo isto te darei se prostrado, me adorares.” (MT 4: 9). Acreditando na falsa promessa de que terão acesso a riqueza do mundo, deixam a vida eterna e a vontade do Pai de lado, para seguir as normas temporárias terrenas.
Apesar dos empecilhos desta vida terrena é preciso entender e praticar as palavras de Paulo: “Antes como ministros de Deus, recomendamo-nos em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angustias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigias, nos jejuns, na pureza, no saber, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus; (...)”. (2 Co. 6:7-9)
Para que haja uma purificação é necessário que seja respondida a pergunta (2 Co 6: 14 e 7:1) “Que comunhão tem a luz com as trevas?”. “Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a impureza tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santificação no temos de Deus.”

O que tem determinado meus comportamentos enquanto cristão: os padrões bíblicos (frutos do Espírito) ou os ditames sociais (frutos da carne)? E qual é a minha gratificação: uma coroa das mãos de Cristo ou o salário do pecado, a morte no lago de fogo e enxofre?

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

A britânica Doris Lessing ganha o Prêmio Nobel de Literatura 2007


A escritora britânica Doris Lessing foi galardoada com o Prémio Nobel da Literatura 2007.Nascida na Pérsia (actual Irão) em 1919 mudou-se mais tarde com a família para a Rodésia do Sul (actual Zimbabwe). Vive na Grã-Bretanha desde 1949. Os temas dos seus livros são bastante diversos: do exame das tensões inter-raciais, a política racical, a violência contra as crianças, os movimentos feministas e a exploração do espaço exterior. Em Canopus em Argos: Arquivos, Doris Lessing conduz o leitor ao mundo dos Impérios de Canopus e Sírius. Num universo que aborda a colonização de planetas em esferas muito além do mundo físico das naves espaciais. Por isso, a literatura de Doris Lessing tem sido denominada de Ficção Espacial. Doris Lessing publicou também, poesias e contos e romances de não-ficção. Criou o que chama "um mundo novo para mim mesma" auto-consistente e com possibilidades infinitas, "um reino onde os mitos e lendas dos planetas, deixaram de ser apenas manifestações de indivíduos sozinhos, onde sobrevêm os aspectos das rivalidades e das interações do Império de Canopus com os outros impérios galácticos, Sirius, e o seu inimigo, o império Puttoria com o seu planeta crimoso, Shammat". A série Canopus em Argos: Arquivos é composta por cinco títulos: Shikasta - (Shikasta) - O primeiro livro da série, aborda o planeta Terra, a própria Shikasta, sob o domínio do império Canopiano, a história é narrada do ponto de vista de um dos enviados pelos administradores de Canopus. Johor, o qual narra todo o desenvolvimento do planeta desde eras esquecidas, até aos nossos dias e além, concluindo com um inesperado destino para humanidade.O Nobel de Literatura concede 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,5 milhão) e será entregue junto com aos outros prémios a 10 de Dezembro, aniversário da morte de seu fundador, Alfred Nobel.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

PREVISUALIZAÇÃO DOS VERSICULOS BIBLICOS SOBRE ESTUDO DA REPRESENTAÇÃO DA FOME E DA SEDE NO NOVO TESTAMENTO

(Este texto é apenas a visualização dos versículos usados para o texto, o qual será substituido pelo texto dentro de poucos dias)

A SEDE
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos. Mateus 5:6
Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Mateus 10:16
porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; Mateus 25:35
Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? Mateus 25:37
porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; Mateus 25:42
Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Mateus 25:44
e sede semelhantes a homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo possam abrir-lhe. Lucas 12:36
Replicou-lhe Jesus: Todo o que beber desta água tornará a ter sede; João 4:13
mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna. João 4:14
Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, nem venha aqui tirá-la. João 4:15
Declarou-lhes Jesus. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais tará sede. João 6:35
Ora, no seu último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. João 7:37
Depois, sabendo Jesus que todas as coisas já estavam consumadas, para que se cumprisse a Escritura, disse: Tenho sede. João 19:28
não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor; Romanos 12:11
alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração; Romanos 12:12
Antes, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Romanos 12:20
Até a presente hora padecemos fome, e sede; estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, I Coríntios 4:11
Irmãos, não sejais meninos no entendimento; na malícia, contudo, sede criancinhas, mas adultos no entendimento. I Coríntios 14:20
Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor. I Coríntios 15:58
Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente, sede fortes. I Coríntios 16:13
em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejuns muitas vezes, em frio e nudez. II Coríntios 11:27
Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco. II Coríntios 13:11
Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo. Efésios 4:32
Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Efésios 6:1
Irmãos, sede meus imitadores, e atentai para aqueles que andam conforme o exemplo que tendes em nós; Filipenses 3:17
E a paz de Cristo, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. Colossenses 3:15
Vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos, como convém no Senhor. Colossenses 3:18
E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Tiago 1:22
Portanto, irmãos, sede pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba as primeiras e as últimas chuvas. Tiago 5:7
Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos oferece na revelação de Jesus Cristo. I Pedro 1:13
mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento; I Pedro 1:15
Semelhantemente vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos; para que também, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavra pelo procedimento de suas mulheres, I Pedro 3:1
Finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, cheios de amor fraternal, misericordiosos, humildes, I Pedro 3:8
Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração; I Pedro 4:7
Semelhantemente vós, os mais moços, sede sujeitos aos mais velhos. E cingi-vos todos de humildade uns para com os outros, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. I Pedro 5:5
Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem cairá sobre eles o sol, nem calor algum; Apocalipse 7:16
Disse-me ainda: está cumprido: Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem tiver sede, de graça lhe darei a beber da fonte da água da vida. Apocalipse 21:6
E o Espírito e a noiva dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida. Apocalipse 22:17


A FOME

Tu comerás, mas não te fartarás; e a tua fome estará sempre contigo; removerás os teus bens, mas nada livrarás; e aquilo que livrares, eu o entregarei à espada. Mq 6:14
E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. Mt 4:2
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos. Mt 5:6
Naquele tempo passou Jesus pelas searas num dia de sábado; e os seus discípulos, sentindo fome, começaram a colher espigas, e a comer. Mt 12:1
Ele, porém, lhes disse: Acaso não lestes o que fez Davi, quando teve fome, ele e seus companheiros? Mt 12:3
Ora, de manhã, ao voltar à cidade, teve fome; Mt 21:18
porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; Mt 25:35
Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? Mt 25:37
porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; Mt 25:42
Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Mt 25:44
Respondeu-lhes ele: Acaso nunca lestes o que fez Davi quando se viu em necessidade e teve fome, ele e seus companheiros? Mc 2:25
No dia seguinte, depois de saírem de Betânia teve fome, Mc 11:12
durante quarenta dias, sendo tentado pelo Diabo. E naqueles dias não comeu coisa alguma; e terminados eles, teve fome. Lc 4:2
Em verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel nos dias de Elias, quando céu se fechou por três anos e seis meses, de sorte que houve grande fome por toda a terra; Lc 4:25
E Jesus, respondendo-lhes, disse: Nem ao menos tendes lido o que fez Davi quando teve fome, ele e seus companheiros? Lc 6:3
Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. Lc 6:21
Ai de vós, os que agora estais fartos! porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides! porque vos lamentareis e chorareis. Lc 6:25
E, havendo ele dissipado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a passar necessidades. Lc 15:14
Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Lc 15:17
Declarou-lhes Jesus. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais tará sede. Jo 6:35
Sobreveio então uma fome a todo o Egito e Canaã, e grande tribulação; e nossos pais não achavam alimentos. At 7:11
E tendo fome, quis comer; mas enquanto lhe preparavam a comida, sobreveio-lhe um êxtase, At 10:10
e levantando-se um deles, de nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome por todo o mundo, a qual ocorreu no tempo de Cláudio. At 11:28
quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Rm 8:35
Antes, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Rm 12:20
Até a presente hora padecemos fome, e sede; estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, 1Co 4:11
porque quando comeis, cada um toma antes de outrem a sua própria ceia; e assim um fica com fome e outro se embriaga. 1Co 11:21
Se algum tiver fome, coma em casa, a fim de que não vos reunais para condenação vossa. E as demais coisas eu as ordenarei quando for. 1Co 11:34
em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejuns muitas vezes, em frio e nudez. 2Co 11:27
Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer necessidade. Fp 4:12
E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava montado nele chamava-se Morte; e o hades seguia com ele; e foi-lhe dada autoridade sobre a quarta parte da terra, para matar com a espada, e com a fome, e com a peste, e com as feras da terra. Ap 6:8
Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem cairá sobre eles o sol, nem calor algum; Ap 7:16
Por isso, num mesmo dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será consumida no fogo; porque forte é o Senhor Deus que a julga. Ap 18:8

segunda-feira, 16 de abril de 2007

A CONTRIBUIÇÃO DAS MULHERES GAÚCHAS NA CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO SUL EM "ANA TERRA" DE ERICO VERISSIMO

A CONTRIBUIÇÃO DAS MULHERES GAÚCHAS NA CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA
DO RIO GRANDE DO SUL EM “ANA TERRA” DE ÉRICO VERÍSSIMO


O aparecimento de Érico Veríssimo no cenário literário brasileiro, faz com que o sul do país ingressasse em campo novo de romance. Com seus romances ele recria de maneira ímpar a história de uma família, é a trajetória da formação de um povo, e que pode estar numa cidade ou numa gente (COUTINHO, 2001). A obra em análise pode revelar algumas qualidades e defeitos dos homens do sul, todavia se constitui em um valioso instrumento para a reconstituição através da ficção da história do Rio Grande do Sul. Através das minúcias retratadas na obra, permite que o leitor se aposse da totalidade representativa ficcional.
“O Continente” representa a segura tomada de consciência e acaba sendo a narrativa da permanência de um espírito que cria raízes e supera vidas individuais. Através de seus tipos, sente-se o avançar da consciência da terra, com os mesmos dramas e a mesma sensação de inutilidade das coisas aliadas a grandes de existir e agir.
A trajetória feminina na história mundial sempre foi uma história de exclusões, onde elas tinha apenas o papel de donas de casa e reprodutoras. Tanto, que lhes eram renegados vários direitos, até mesmo pelo próprio marido. A mulher sempre viveu a sombra de uma figura masculina, tendo que suprimir sua identidade e seus desejos. Na história contada por Érico Veríssimo da sociedade gaúcha (dita machista), a mulher. No entanto, está presente em vários instantes. Muitas vezes apresenta atitudes ativas, que viabilizam a transformação do meio, onde elas se encontram. O texto a ser tomado como objeto de análise é um extrato de “O Continente 2”, onde será trabalhada a personagem Ana Terra.
Diante das ações realizadas pela personagem na obra em análise, é possível afirmar que houve contribuição das mulheres gaúchas na construção da história do Rio Grande do Sul na obra “O Continente” de Érico Veríssimo?
Érico Veríssimo era conhecido na Europa, no Continente Africano, em toda a América Latina e, principalmente, no mundo de língua inglesa. Pesquisas feitas na Angola e Moçambique demonstram que ele é o escritor mais lido naquelas partes da África. Coutinho (2001) elucida o exemplo de Alexandre Dumas, autor de “ A dama das Camélias”, que suas obras reconhecidas após um século.
Érico Veríssimo deixa claro em O continente I e II, que a mulher contribui fortemente para construção da história do Rio Grande do Sul. Uma leitura atenta de seu texto, permite verificar que a mulher não contribuiu somente como parteira como querem alguns historiadores, ou como auxiliares de médico em campos de batalha. Para isso, serve como base uma das personagens da obra: Ana Terra. Que conforme o site clicrbs, em homenagem co centenário de Érico Veríssimo retrata Ana Terra:
Ana Terra é a matriarca da família Terra Cambará. Filha de imigrantes portugueses que chegam ao Rio Grande do Sul no século 18, Ana e sua família passam por todas as dificuldades de morar em uma região esquecida pelas autoridades e permeada de disputas por terras e fronteiras
Sua personalidade forte, de garra, obstinação e resistência frente a todas as perdas e violências que sofre fazem de Ana Terra um símbolo da mulher gaúcha. Traços da personalidade de Ana e sua crença na vida serão encontradas nas mulheres das gerações futuras da família Terra Cambará, principalmente de sua neta Bibiana. O erotismo da jovem é também é destacado, pois esta desperta em meio a solidão da fazenda onde Ana mora com a família e culmina com a sua entrega a Pedro Missioneiro.
Além disso, ela é quem estabelece a relação entre o vento e os acontecimentos importantes de sua vida que serão uma espécie de ligação entre o vento e a memória feminina em toda a obra do autor, como um consolo e arma de defesa de mulheres que assistem os homens lutarem e morrerem em suas guerras (CLICRBS, 2006).
O autor reconstituiu artisticamente a história riograndense desde os séculos XVIII até a reestruturação da República no Rio Grande do Sul, “naquele estado de espírito que tanto provocou as revoluções dos anos 20 no sul como o movimento de 30 e fim em 1964”.
O enredo de Ana Terra é o seguinte: Ana Terra era um dos quatro filhos de Maneco Terra e D. Henriqueta. Nascera em Sorocaba e viera com a família para a vasta solidão dos campos e coxilhas do Rio Grande de São Pedro (Rio Grande do Sul). O pai lhes fizera, algumas vezes, uma inútil promessa de voltarem para S. Paulo. Em 1977, era uma moça de 25 anos que ainda esperava o amor e o casamento. Era “de olhos e cabelos pretos, rosto muito claro, lábios cheios e vermelhos”. Vivia com o pai, e mãe e dois irmãos, no descampado, sob os temores de invasões dos índios ou dos castelhanos. Levavam vida muito primitiva e pobre. O rancho que habitavam não podia ser mais primitivo. O velho Terra, como os filhos, era analfabeto, homem taciturno e de poucas palavras. O mobiliário do rancho, escasso e rústico. Naquele ermo aquele gente nada fazia mais que trabalhar de sol a sol, comer, dormir,, esperar.
Um dia era quase sempre a repetição do anterior. A família estava ilhada naquele verde de horizontes sem fim. Não tinham calendário, nem relógio, nem vizinhos próximos. Havia uma ligação forte com o vento, pois “ - Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando”, costumava dizer Ana Terra. Passam-se anos. E foi num dia assim que ela conheceu um índio, criado numa redução jesuítica, Pedro Missioneiro. Ela o encontrou feiro perto da sanga e o pai e irmãos o recolheram e o trataram no rancho. Apesar de certa má vontade do pai e irmãos, o índio foi ficando e se incorporando ao primitivo clã. Aí vivia, trabalhava, tocava flauta e contava estórias muito lendárias, numa língua misturada de português e espanhol.
Dos amores de Ana Terra e Pedro Missioneiro, vai nascer, mais tarde, um filho que repetirá as feições e o nome do pai e a teimosia e o silêncio do avô Maneco Terra. (Pedro Missioneiro aparece e desaparece rodeado de algum mistério e se projeta como um mito. Possui certos poderes mágicos que o tornam meio sobrenatural. Para cumprir o código de honra do clã e por ordem do chefe Maneco Terra, Antônio e Horácio, irmãos de Ana, matam e enterram, longe do rancho, o índio Pedro Missioneiro. Bem longe da estância para não infringirem o dever sagrado da hospitalidade. Tudo questão de honra familiar. O filho de Ana Terra e Pedro Missioneiro nasceu em 1789.
A vida continua amarga e se torna trágica, quando um bando de castelhanos invade os ranchos dos Terras, mata o pai e o irmão de Ana Terra e os dois escravos, violentando Ana Terra e desaparece, destruindo tudo e levando o que quiseram. D. Henriqueta já tinha morrido. Ainda escaparam da chacina Eulália, mulher de Pedro, Rosinha, sua filha e Pedro, filho de Ana Terra, que por ordem dessa, se tinham escondido no mato.
Quando as carretas de Marciano Bezerra passam por ali, em demanda das sesmarias do Coronel Ricardo Amaral, as duas mulheres e as duas crianças seguem com eles. Ana Terra segue para o rincão longínquo de Santa Fé: é a fuga da sua solidão, de sua família, eliminada, do crime dos irmãos que mataram Pedro Missioneiro, da insegurança e da violência que tomaram conta de sua terra. É a fuga ao passado.
Depois de longa viagem e sofrimento, chegam ao final do caminho e fincam raízes na terra. Eulália se une a um viúvo e cria a filha Rosa. Ana Terra cria Pedro. Estão lançando os alicerces de Santa Fé. Passa o tempo e o vento. Pedro, já moço, volta de uma guerra sob as ordens do Coronel e se casa com Arminda Mello: do casamento nascerá um casal de filhos, Juvenal (1804) e Bibiana (1806) que se casarão com Maruca Lopes e com Rodrigo Cambará.
O Coronel Ricardo Amaral morreu na Guerra. Agora, nova guerra para a conquista da Banda Oriental (1811). E lá se foi novamente, para a guerra, Pedro Terra, agora, sob as ordens do Major Francisco Amaral. Pedro sabia bem o que era uma guerra. Ia sem nenhuma ilusão. Despedindo-se da mãe, lhe diz: “Mãe, tome conta de tudo...” - Tem pressentimentos de que não voltará. E Ana Terra fica escutando o vento. “Estava de tal maneira habituada ao vento que até parecia entender o que ele dizia...” Nas noites de ventania, ela pensava nos seus mortos. Muitos anos depois, sua Bibiana, já mulher feita, ouvia a avó dizer, quando ventava: “Noite de vento, noite dos mortos”.
Cabe então situar a mulher gaúcha representada na obra de Érico Veríssimo como agente ativo das mudanças sócias, concorrendo como o universo masculino, talvez não entranhado nas guerras, trincheiras ou campo de batalha, mas na sustentação e na caracterização econômico-cultural de um povo, uma região.
A mulher no decorrer dos anos passa ser vista como desempenhadora de atividades matrimoniais e maternas (COUTINHO, 1972), os direitos iguais aos homens lhes são renegado, cabendo-lhes apenas atuar no restrito espaço fechado do lar, sendo tarefa masculina o trabalho “árduo” de problemas jurídico-político. (DEL PRIORI, 1995).Todavia , é preciso sair do campo legal e político, espaço de reprodução de desigualdades, produtos de injustiças e manifestamente ideológico. Para verificar a influência das mulheres no plano prático, onde muitas heroínas são reveladas pela prática, e pela habilidade em resolver problemas do cotidiano.
Érico Veríssimo, apaixonado pelas mulheres, “se faz Deus”, e dá vida a mulheres corajosas, enfatizando a real posição e atuação da mulher. (CHAVES, 1972) o cotidiano social, freqüentemente marcado por conflitos, sempre se recompõe na capacidade amorosa das personagens femininas. Sendo através das mulheres, normalmente superiores aos homens que se estabelece o sustentáculo do mundo que ameaça a ruir.
Em Ana Terra afloram muitos problemas sociais que podem ser exemplificados. O regime do rancho, da estância é o paternalista: o pai, o marido tem a primeira e última palavra. E não se discute. Impõe sua vontade, a começar da partida de S. Paulo para a solidão do Sul. Todos, mulher, filha e filhos se submetem à “onipotência” do chefe.
A imagem da mulher em toda a história é permeada por preconceitos e subordinações. Elas sempre são vistas pela ótica da fragilidade e da capacidade das tarefas domésticas. Esta sempre a margem das decisões social, factualmente legalizada, só conduz a o agravo de sua posição tanto no seio familiar como na sociedade.
O que se verifica nos documentos históricos é a total passividade feminina ante aos conflitos inerentes à questão de sua posição e atuação social. Estas religadas a submissividade, aos deveres matrimonias e a ausência legal equiparativa aos homens determinou por muitos séculos a sua anulação enquanto ser e contribuinte social potencialmente capaz.
O que se busca não é comprovar que a mulher é igual ao homem em todos os aspectos, mas sim que sua contribuição na construção do contexto Sul Riograndense não deve ser desprezado.
Pelo fato de Érico Veríssimo, entrelaçar seus personagens com fatos históricos reais, sua obra realça a proximidade com a verossimilhança. Nada mais natural para um escritor que possui grande qualificação literária. No que se refere a obra, pode-se perceber que as figuras femininas são diversas daquelas que se submetiam a vontade patriarcal, porém como ressalta se assemelham aos homens, com vestimentas rudimentares e mal feitas, com assuntos próprio da ala masculina.” Quanto mais tempo passava o marido e os filhos iam ficando como bichos naquela lida braba” VERÍSSIMO, 2001).
A função “guerreira” do homem só foi bem sucedida, porque havia um suporte feminino implícito e organizacional, que lhes permitiam permanecer afastados das lidas por vários dias ou meses, apesar da decadência ocorrida pela falta de braços (mão-de-obra). (PESAVENTO, 1991). Geralmente as mulheres estão mais a frente das lidas, sendo menos acanhadas, conversam um pouco mais (ZILBERMAN, 1985).Isso demonstra que tanto o homem e a mulher são agentes ativos transformadores da sociedade, mesmo que essas ações sejam focalizadas e tenham ênfases diferentes.
Na conquista das terras sul Riograndense, uma das personagens exemplares, Ana Terra passa a ser o arquétipo da mulher que toma “as rédias” do seu destino para caminhar pela árdua sociedade machista. A morte vai definir a sorte e a libertação de Ana Terra do julgo paterno ou masculino. Exterminada a sua família, ela acha um novo caminho e parte. Vai com ela seu filho Pedro. De Ana Terra sairá também um sobrenome para a família que vai nascer. Naqueles tempos e naquelas terras se vive sob o signo da insegurança, principalmente pelas escaramuças castelhanas, nas guerras de rapinagens, de dinheiro e de sexo. Vive-se sob o signo do medo.
As mulheres vivem a dualidade com o masculino. Ana Terra, como outras mulheres, são a fixação e a conservação do clã; os homens, a conquista e a passagem: Homens: conquista; Mulheres: conservação. O que predomina no ciclo de formação dos Terra-Cambará é a linha materna. As mulheres impõem sua permanência e seu nome.
A ligação entre a literatura e a história está presente constantemente na obra “O continente” e no fragmento de “Ana Terra”. O autor entrelaça fatos que ocorreram realmente com os personagens de seu imaginário, transformando em arte. (ZILBERMAN, 1985).
Em toda a obra, a história aparece interdita. Entremeada com situações ficcionais, tão verossímeis como o real. Ela é apenas o suporte, a base para a criação do artista. Manifesta-se como metáfora de uma outra história não conhecida. Num esquema geral da obra, o autor pretende destacar o progresso, a moral e os costumes, a economia, a sociedade, a história e a cultura, as guerras cada vez mais recorrentes, o luto e a vida áspera do campo. A história foi adaptada de suas leituras de L’Illustration, nos números dos anos 1909 a 1910 do Rio Grande do Sul, suplementada pelos artigos do Correio do Povo, quanto a datas e eventos históricos da virada do século (CLICRBS, 2006).
A mulher pouco a pouco vai se inserindo a sociedade, invadindo posições antes exclusivas do homem, exemplo disso é a transformação da personagem Ana Terra: A mulher trabalha nos afazeres domésticos, isto é, dentro do lar e na roça de quintal. Eram elas que tomaram conta dessas tarefas, (COUTINHO, 1994). Ela era totalmente passiva as ordens dos maridos. Retomando a personagem de Ana Terra, ela sofre uma transformação, acontece após a morte de sua mãe, e a coloca no mesmo plano que os homens. O que se concretiza com a morte de Maneco e Antônio e seu estupro. Onde ao partir com o filho para Santa Fé, antes de buscar paz, ela busca posicionar-se enquanto mulher, busca ser reconhecida como cidadã.
Portanto, a personagem Ana Terra, comprova que por mais servil que seja a mulher ou audaciosa, elas sempre contribuíram para que a família estivesse bem, sendo a família um espelho do social, elas sempre tiveram o seu quinhão na construção da história Sulriograndense, principalmente na literatura de Érico Veríssimo, que sempre se declarou um admirador das mulheres.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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CHAVES, Flávio Loureiro. Literatura e História. Porto Alegre: Editora da UFERGS, 1992.

COUTINHO, Maria Lucia da Rocha. Tecendo por trás dos panos. A mulher brasileira nas relações familiares. Ed. Rocco. Rio de Janeiro, 1994.

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GOLDMANN, Lucien. Sociologia do Romance. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.

LACERDA, V. C. Érico Veríssimo e o romance brasileiro. Leitores e Livros. n° III, Rio de Janeiro. Jul/Set., 1952.

LIMA, Luis Costa. Sociedade e discurso ficcional. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

LUCAS, Fábio. O caráter Social da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1970.

LUKÁCS, Georg. Ensaios sobre Literatura. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.

MAROBIN, Luiz. A literatura no Rio Grande do Sul. Aspectos temáticos. Porto Alegre: Martins Livreiro. Editor, 1985.

POVEZ, Renard. Escritores Brasileiros Contemporâneos. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1960.

RICOEUR, Paul. Interpretações e Ideologia. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1988.


CLICRBS. Ana Terra (O Tempo e o Vento - O Continente). Disponível em: http://www.clicrbs.com.br/especiais/jsp/default.jsp?espid=6&uf=1&local=1&newsID=a
865328.htm&section=Personagens. Acessado em: 10/10/2006.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

VOLENCIA CONTRA A MULHER

A violência contra a mulher pode ser de diversas formas e severidade. Elas não acontecem geralmente de forma isolada, mas em seqüências. Seja ela física, sexual, psicológica, econômica ou financeira, elas produzem enormes prejuízos à vítima.
Violência é a “ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém); ato violento, crueldade, força”. Também pode ser o “constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação”.
A violência física pode ser manifestada através de tapas, empurrões, socos, mordidas chutes, queimaduras, cortes, estrangulamento, lesões por arma ou objeto, obrigado a tomar medicamento desnecessário ou inadequado, álcool, drogas ou outras substâncias, inclusive alimentos, tirar de casa à força, amarrar, arrastar, arrancar a roupa, abandonar em lugares desconhecidos, danos a integridade corporal decorrentes de negligência,
Já na violência sexual é quando um homem em relação de poder ou força física obriga uma mulher ao ato sexual contra sua vontade, ou que a exponha em interações sexuais que propiciem sua vitimação, da qual o agressor tenta obter gratificação.
A violência sexual não inclui apenas o estupro. Conforme panfleto do Ministério da Saúde são espécies de violência sexual as carícias não desejadas, penetração oral, anal ou genital, com pênis ou objetos de forma forçada, exposição obrigatória a material pornográfico, exibicionismo e masturbação forçados, uso de linguagem erotizada, em situação inadequada, impedimento ao uso de qualquer método contraceptivo ou negação por parte do parceiro em utilizar preservativo, ser forçado a ter relações com terceiros.
Ocorre na violência sexual o abuso por parte de um membro da família, seja pai, irmão, filho, etc, o qual se denomina abuso incestuoso. Da mesma forma constitui sexo forçado aquele dentro do matrimônio, já que a violência sexual na vida conjugal resulta na violação da integridade física e psíquica e ao direito ao próprio corpo.
Entendemos que o marido pode ser sujeito ativo do crime de estupro contra a própria esposa. Embora com o casamento surja o direito de manter relacionamento sexual, tal direito não autoriza o marido a forçar a mulher ao ato sexual, empregando contra ela a violência física ou moral que caracteriza o estupro. Não fica a mulher, com o casamento, sujeita aos caprichos do marido em matéria sexual, obrigada a manter relações sexuais quando e onde este quiser. Não perde o direito de dispor de seu corpo, ou seja, o direito de se negar ao ato sexual (...). Assim, sempre que a mulher não consentir na conjunção carnal e o marido a obrigar ao ato, com violência ou grave ameaça, em princípio caracterizar-se-á o crime de estupro, desde que ela tenha justa causa para a negativa. (JESUS apud MARTINS, 2004).

A violência psicológica causa dano à auto-estima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa, como insultos constantes, humilhação, desvalorização, chantagem, isolamento de amigos e familiares, ridicularização, rechaço, manipulação afetiva, exploração afetiva, exploração, negligencia ameaças, privação de liberdade arbitrária, confinamento doméstico, criticas pelo desempenho sexual, omissão de carinho, negar atenção e supervisão. Gonçalves trata como violência invisível:
A violência invisível não deixa marcas físicas, mas fere profundamente a alma. Acontece em diferentes situações e muitas vezes não a percebemos como tal porque passa a fazer parte do nosso cotidiano, sem questionamentos de nossa parte.
A violência invisível tem múltiplas formas de manifestação. Nas relações interpessoais aparece em papéis como os de marido-mulher, pai-filho, mãe-filho, patrão-empregado, professor-aluno etc.
Uma das formas de violência invisível aparece na comunicação verbal e na não-verbal. São mensagens desqualificantes que, à medida que são repetidas, vão pouco a pouco penetrando no psiquismo de quem as recebe, causando uma confusão mental, que se manifesta, num primeiro momento, sob sentimentos de dúvida sobre suas reais potencialidades e capacidades. Com a continuidade, aparecem sentimentos de menos-valia que podem levar a um quadro depressivo. (GONÇALVES, 2007).

A violência econômica ou financeira afeta a sobrevivência da família. O roubo, a destruição de bens pessoais ou de bens da sociedade conjugal, a recusa de pagar a pensão alimentícia ou o uso de recursos econômicos de pessoa idosa, tutelada ou incapaz, destituindo-a de gerir seus próprios recursos e deixando-a sem provimento e cuidados.
Ainda encontra-se a violência religiosa. Segundo Pª Elisabeth Lieven e P. Guilherme Lieven afirmam que isso ocorre quando seconsidera a mulher como inferior e justifica-se isso usando a Bíblia ou tradição religiosa, culpando as mulheres pelo mal e pela morte ou a causa do pecado, usando cerimônias matrimoniais para afirmar a supremacia masculina e a submissão das mulheres, não permitindo às mulheres à participação plena e ativa da vida religiosa e desqualificá-las em sua atuação religiosa e vivência de fé, fazendo uso de textos bíblicos específicos para desqualificar ou impedir a participação religiosa plena, negando às mulheres a potencialidade e participação no discipulado de Jesus, ou o de linguagem discriminatória, em que as mulheres não estão incluídas, estabelecendo normas ético-morais que limitam a vida das mulheres, estabelecendo critérios de conduta diferenciados para homens e mulheres, E ser induzida a silenciar sobre a situação de violência e não receber acompanhamento pastoral adequada em situações de violência. (LIEVEN, 2007).


A presença da mulher na sociedade nunca teve tanta representatividade como nos dias atuais, como sua luta pelo parceiro ideal, sua realização profissional e sua reivindicação por direitos. O corpo que hoje simboliza, ao mesmo tempo, erotismo e sexualidade era tido com outros olhos. O próprio vocábulo que designa trabalho, tomou significado diferente atualmente e representa não somente sustento e dignidade, mas incide profundamente na economia interna brasileira e na própria visão que a mulher tem de si mesma. Todas essas questões são determinadas, ou pelo menos influenciadas pela questão de gênero.
A visibilidade das diferenças anatômicas entre macho e fêmea, não podem, nem devem ser encaradas como mero aspecto sem influência nas relações sociais. A diferenciação biológica entre corpo da mulher e do homem é utilizada como demarcação, a fim de situar, como sofredor, o corpo da mulher, e reservando o gozo ao corpo do homem. Essa dicotomia injusta é uma das conseqüências do uso das características biológicas utilizadas para impor a desigualdade como inferioridade. Cardoso explica que:
Portanto, a condição de mulher começa a ser delineada a partir de uma realidade concreta que é seu próprio corpo da mulher a sede da contradição básica de sua condição. A natureza colocou nesse corpo a função biológica de reprodução, que se refere à ação própria do corpo da mulher, enquanto organismo com capacidade reprodutora do ser humano. Tal fato colocaria a mulher numa situação de grande poder, mas uma vez que a referida função está a serviço da humanidade, esta apropria-se desse poder, atribuindo à mulher a posição de subordinada. Assim, o corpo da mulher assume, também, uma função social, que é o uso da função biológica com o objetivo de manutenção da espécie. (CARDOSO, 1994, p. 13).

A exclusão social da mulher é secular e diferenciada. A compreensão sobre a condição dual do sexo possibilita indicações dos parâmetros da exclusão social fundamentada na diferença. É sabido que o fenômeno da exclusão não é característico da mulher, mas atinge os diferentes segmentos da sociedade. É também inegável que a exclusão não é provocada unicamente pelo setor econômico, embora se admita que este é um dos principais pilares de sustentação desse fenômeno. A exclusão é gerada nos meandros do econômico, do político e do social, tendo desdobramentos específicos nos campos da cultura, da educação, do trabalho, das políticas sociais, da etnia, da identidade e de vários outros setores. (FICHER, 2001, s/p).
Em muitos casos as agressões contra a mulher partem da própria família, dentro de seu próprio lar. É preciso que haja o fim da hierarquia familiar tradicional para que aconteça uma diminuição da violência contra a mulher. Até porque a mulher é colocada numa posição inferior ao homem sendo que acaba sendo vítima de violência física. A violência é um problema social de grande dimensão que afeta toda a sociedade, atingindo especialmente a mulher.
Para Dias (2002, p. 04) cabe indagar quem é responsável por esta triste realidade. Ao certo, que a violência física, sexual e emocional sofrida pelas mulheres não é responsabilidade exclusiva de seus agressores. O fundamento é cultural e decorre da desigualdade de poder, havendo uma verdadeira relação de dominante e dominado. Até agora sempre o poder esteve em mãos masculinas. As leis são elaboradas por homens e a justiça é, na grande maioria dos casos, aplicada por juízes.
Segundo Serra apud Ministério da Saúde:

As mulheres vêm conquistando nas ultimas décadas direitos sociais, que a historia e a cultura reservou aos homens durante séculos. No entanto, ainda permanecem relações significativamente desiguais entre ambos os sexos. Essa situação dá origem a sérios problemas, sendo o mais grave a violência contra a mulher. (1999, p. 5).

Tem-se como violência doméstica contra a mulher, toda aquela em que o sujeito passivo for do sexo feminino, independente da idade ou situação social e o sujeito ativo for um ente de sua família ou que habite no mesmo domicílio que a vítima. As Nações Unidas definem violência contra a mulher como “ qualquer ato de violência baseado na diferença de gênero, que resulte em sofrimentos e danos físicos, sexuais e psicológicos da mulher; inclusive ameaças de tais atos, coerção e privação da liberdade seja na vida pública ou privada".
A violência doméstica contra a mulher pode ser física, moral e psíquica. Essa violência atinge mulheres no mundo todo. E algumas vezes o resultado pode inclusive ser fatal. Uma mulher que convive com parceiro violento não tem como se prevenir de doenças sexualmente transmissíveis como também de possível gravidez.
A violência pode ser tratada como um problema de saúde pública e social. As mulheres atingidas em espaços públicos são geralmente vítimas de homicídio, enquanto que no espaço privado são vítimas de estupro. E poucas dessas chegam a delegacia para denunciar seus agressores. E para o seu enfrentamento exige-se a organização da sociedade como um todo, aliada aos entes estatais.
Cardoso diz que a mulher se encontra na condição de classe marginalizada e oprimida. E que a manutenção do poder ideológico sobre os oprimidos e o fortalecimento dos aparelhos desse poder são questões que permanecem imutáveis, com pequenas variações acessórias. ( 1994, p. 15).
Para a Lei Maria da Penha são as formas de violência familiar (Art. 7º), ou seja, violência doméstica:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

Assim sendo, a violência seja ela qual for a forma contra a mulher, abala não somente a mulher que é vítima direta, mas todos os que se relacionam com ela. É preciso criar mecanismos que coíbam essas ações de forma rígida e eficaz. Há muito tempo tem-se tentado coibir tais violências, contudo com ao advento da Lei 11.340 de 08 de agosto de 2006 é preciso fazer uma nova abordagem sobre essa situação.
A violência doméstica apesar de ser tão comentada nos meios de comunicação é tratada pelas vítimas como tabu. As mulheres ainda têm resistência em denunciar seus agressores, seja por medo, vergonha, constrangimento ou culpa por pensar que não foram capazes de sustentar seus casamentos darem certo.
A vitima quase sempre tem uma relação de dependência com o agressor. Mais que a dependência econômica com relação ao homem, é a dependência emocional que faz a mulher suportar as agressões.
Matsuda em entrevista ao site WMulher dia que há uma barreira entre o agressor e a vítima:

WM- Qual é a principal "barreira" que há entre o agressor e a vítima?
Claudia - Permaneci em contato direto com ambos (vítima e agressor) e percebi que, em alguns casos, aparentemente vivem em extrema harmonia e paz. Casais altamente perfeitos, independente de classe social, mas num piscar de olhos, o agressor não economiza tapas e socos, além das pressões psicológicas constantes e as ameaças e torturas. Isso transforma a vítima numa ostra e como está amendrontada não faz nada. Ela sabe que se falar algo pior irá acontecer, o medo da impunidade a leva a um estágio de cogelamento ao olhar para vítima. Até parece que ela vive num estágio de estagnação corporal, gélida e com olhos arregalados. A existência de uma barreira entre vítima e agressor é invisível aos olhos da sociedade. (2002, s/p – grifo do autor).

Zamerul aponta como conseqüência da barreira ou da dependência emocional entre vítima e agressor:

As conseqüências destes desencontros entre expectativas e ações são muitas frustrações, confusão, sentimento de injustiça, medos, ressentimentos, conflitos, ódio, hostilidades, desespero, competição pelo poder ou pela posse desta mulher e um contexto absolutamente favorável à violência física. Quando a situação chega a este nível de gravidade, o mais comum é que os dois sofram de séria dependência emocional e isto explica por que nenhum deles consegue sair da relação doente, mesmo quando notam que ela pode levá-los a um fim desastroso. (2007, s/p).

As agressões domésticas podem assumir caráter sexual. E quando isso ocorre, os agressores não são apenas os companheiros, mas também os próprios pais ou irmãos. Dias comenta que as mulheres ainda se prendem aos deveres de dona de casa, do lar, prevalecentes do século XIX e que “somente a partir da conscientização de que o novo modelo de família deve-se basear na mútua colaboração e no afeto é que se poderá chegar à tão almejada igualdade e, quiçá, ao fim da violência”:

Acostumada a realizar-se exclusivamente com o sucesso de seu par e o pleno desenvolvimento de seus filhos, não consegue, a mulher, encontrar em si mesma o centro de gratificação, o que gera um profundo sentimento de culpa que a impede de usar a queixa como forma de fazer cessar a agressão. É que, em seu íntimo, se acha merecedora da punição, por haver desatendido as tarefas que lhe são afeitas como a rainha do lar.
O medo, a dependência econômica, o sentimento de inferioridade, a baixa auto-estima, decorrentes da ausência de pontos de realização pessoais, sempre impuseram à mulher a lei do silêncio. Raros os casos em que se encorajam a revelar a agressão ocorrida dentro do lar.
(2004, p. 04).

Nesse sentido, as mulheres acabam postergando a denúncia e sendo vitimas de seus maridos. Muitas preferem agüentar a dor da violência que se expor a sociedade.
Não obstante a legislação brasileira protegesse de forma geral as mulheres de violência de qualquer natureza, seja através de leis gerais ou pela criação de órgãos específicos de proteção a mulher, assim como vários acordos internacionais que consideram a violência contra a mulher como uma violação dos direitos humanos, é com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11340 de 8 de agosto de 2006) que as mulheres brasileiras ganham mais força para combater e reprimir essa violência.
Segundo o artigo 1º da Lei 11.340/06 visa criar mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
A lei no seu parágrafo estabelece a igualdade as mulheres (art. 2º ) dizendo que toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social, sendo assegurado-lhes os direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.









REFERENCIAS
MARTINS. Bárbara. Do estupro conjugal. In: http://www.patriciagalvao.org.br/apc-aa-patriciagalvao/home/noticias.shtml?x=834. Acessado em: 25/09/2007 as 14 hs.
GONÇALVES, Nair Terezinha. Violência Invisível. Zero Hora, 06/03/07.
FISCHER. Isaura Rufino. Marques. Fernanda. Gênero e Exclusão. Agosto de 2001. Disponível em: http://www.fundaj.gov.br/tpd/113.html Acessado em: 16/06/2007 ás 14 horas.
LIEVEN, Elizabeth, LIEVEN, Guilherme. A violência contra a mulher. In: http://www.luteranos.com.br/mensagem/2003_113.html. Acessado em: 15/09/2007 as 17:15 hs.
CARDOSO, Reolina. Corpo de Mulher: o social e o individual em uma sociedade patriarcal. In: CARDOSO, Reolina. É uma mulher ... Petrópolis: Vozes, 1994.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes. Normas técnicas. Brasília: Ministério da Saúde. Secretaria de Política de Saúde., 1999.
BRASIL, Ministério da Saúde. Violência Ibtrafamiliar: orientações para prática em serviço. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
LEI 11.340/06. LEI MARIA DA PENHA. BRASILIA: Senado Federal 2006.
SAYAD, Mariana. Violência doméstica, um crime silencioso. 06/03/2002. In: http://www.wmulher.com.br/template.asp?canal=relacionamento&id_mater=1097. Acessado em 15/10/2007 as 18 hs.

ZAMERUL. Elizabeth . Dependência Emocional: a base da relação violenta. 30/07/2007. In: http://www.wmulher.com.br/template.asp?canal=relacionamento&id_mater=3687. Acessado em: 15/10/2007.

DIAS, Maria Berenice. Violência contra a Mulher. Jornal Correio do Povo, Porto Alegre – RS, 17/12/2001, p. 04.
DIAS, Maria Berenice. O Tempo da Violência. Jornal Correio do Povo, Porto Alegre – RS, 17/11/2002, p. 04.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Como produzir materiais para o ensino de línguas

Como produzir materiais para o ensino de línguas

Vilson J. Leffa
observação
este texto não é de minha autoria como os demais. Apenas coloquei ele em meu blog porque achei interessante.


REFERÊNCIA:LEFFA, Vilson J. Como produzir materiais para o ensino de línguas. In: LEFFA, Vilson J. (Org.). Produção de materiais de ensino: teoria e prática. Pelotas: EDUCAT, 2003, p. 13-38.

INTRODUÇÃO
A produção de materiais de ensino é uma seqüência de atividades que tem por objetivo criar um instrumento de aprendizagem. Essa seqüência de atividades pode ser descrita de várias maneiras, envolvendo um número maior ou menor de etapas. Minimamente, deve envolver pelo menos quatro momentos: (1) análise, (2) desenvolvimento, (3) implementação e (4) avaliação. Idealmente essas quatro etapas devem formar um ciclo recursivo, onde a avaliação leve a uma nova análise, reiniciando um novo ciclo.
A produção de materiais é também um processo sistemático e de complexidade variada. Na extremidade mais simples está, por exemplo, o resumo esquemático distribuído durante uma palestra para acompanhar o que diz o palestrante. Na extremidade superior da escala, podem ser listados projetos envolvendo o uso de vídeo ou de multimídia interativa, o que pela sua complexidade exige um planejamento mais detalhado. Falta de planejamento, nesse nível, pode resultar em perda de tempo, dinheiro e esforço (Fardouly, 2002).
Análise
A análise parte de um exame das necessidades dos alunos, incluindo seu nível de adiantamento e o que eles precisam aprender. As necessidades são geralmente mais bem atendidas quando levam em consideração as características pessoais dos alunos, seus anseios e expectativas, preferência por um ou outro estilo de aprendizagem. Para que a aprendizagem ocorra é também necessário que o material entregue ao aluno esteja adequado ao nível de conhecimento do conteúdo a ser desenvolvimento. O que aluno já sabe deve servir de andaime para que ele alcance o que ainda não sabe. Ninguém aprende algo que é totalmente conhecido e nem algo que seja totalmente novo. A capacidade de acionar o conhecimento prévio do aluno é uma condição necessária para o sucesso de um determinado material.
O que o aluno precisa aprender, portanto, não é determinado apenas pela soma de competências exigida por uma determinada circunstância, seja ela originada pela escola, pela comunidade ou mesmo pelo mercado de trabalho. Uma determinada circunstância pode exigir do aluno, por exemplo, que ele seja capaz de escrever cartas comerciais numa língua estrangeira, envolvendo uma série de competências como domínio de uma terminologia específica, o uso correto das normas sintáticas da língua, disposição gráfica do texto na página, conhecimento do gênero epistolar, etc. Isso não significa, no entanto, que o aluno precisa aprender, num determinado momento, todas essas competências; o que o aluno precisa aprender vai depender do que ele já sabe. O material a ser produzido deve oferecer ao aluno a ajuda que ele precisa no grau exato de seu adiantamento e de suas necessidades, preenchendo possíveis lacunas. A análise inicial das necessidades deve ser capaz não só de estabelecer o total das competências a serem desenvolvidas, mas também descontar dessas competências o que o aluno já domina. O saldo dessa operação é o que o aluno precisa aprender.
Desenvolvimento
A etapa do desenvolvimento parte dos objetivos que são definidos depois da análise das necessidades. A definição clara dos objetivos dá uma direção à atividade que está sendo desenvolvida com o uso do material. Ajuda a quem aprende porque fica sabendo o que é esperado dele. Ajuda a quem elabora o material porque permite ver se a aprendizagem está sendo eficiente, facilitando, assim, a avaliação.
A definição dos objetivos
Os objetivos podem ser gerais ou específicos. Objetivos gerais são elaborados para períodos maiores de aprendizagem, como o planejamento de um curso; os objetivos específicos, para períodos menores, envolvendo, por exemplo, uma aula ou atividade. Ambos devem começar com um verbo que descreva o comportamento final desejado para o aluno.
Para os objetivos gerais usam-se geralmente verbos que denotam comportamentos não diretamente observáveis. Entre esses verbos, os seguintes têm sido usados com mais freqüência: saber, compreender, interpretar, aplicar, analisar, integrar, julgar, aceitar, apreciar, criar, etc.
Para os objetivos específicos, usam-se verbos de ação, envolvendo comportamentos que podem ser diretamente observados. Entre eles, destacam-se: identificar, definir, nomear, relacionar, destacar, afirmar, distinguir, escrever, recitar, selecionar, combinar, localizar, usar, responder, detectar, etc.
Verbos que denotam processo − aprender, desenvolver, memorizar, adquirir, etc. − não podem ser usados para elaborar objetivos educacionais; eles não descrevem o resultado da aprendizagem.
O objetivo de aprendizagem tem três componentes essenciais: (1) as condições de desempenho; (2) o comportamento que o aluno deve demonstrar (expresso por um verbo); (3) o critério de execução da tarefa. No modelo clássico de Bloom (Anderson & Krathwohl, 2001), o objetivo é sempre apresentado em termos do que o aluno deve alcançar, sob a perspectiva do próprio aluno, não do material desenvolvido. A ênfase está na aprendizagem, naquilo que o aluno deve adquirir e no comportamento que ele deve demonstrar − não no ensino, não no material que vai ser usado para levar o aluno a atingir o objetivo.

É objetivo de aprendizagem: “ao ler um texto o aluno deverá ser capaz de identificar três idéias principais”.
Não é um objetivo de aprendizagem: “Ensinar a diferença entre idéia principal e idéia secundária”.

As condições de desempenho especificam as circunstâncias sob as quais o comportamento deve ser demonstrado. Podem, e devem, ser expressas de modo simples, através de uma afirmação. Alguns exemplos:

Ao assistir o vídeo de um comercial, o aluno deverá...
Ao ouvir a gravação de uma música, o aluno deverá ...

O comportamento que o aluno deve demonstrar deve ser expresso através de um verbo que denota uma ação diretamente observável.
Os critérios de execução da tarefa podem ser expressos em termos de velocidade, grau de correção ou qualidade. O critério estabelecido no objetivo é visto como o mínimo que o aluno deve atingir. Se a atividade pede, por exemplo, que o aluno responda a dez perguntas com 70% de acertos (critério), o objetivo será atingido com qualquer percentual igual ou acima de 70%.
É possível traçar os objetivos do material a ser produzido, não só no domínio cognitivo (envolvendo conhecimento), mas também no domínio afetivo (envolvendo atitudes) e mesmo no domínio psicomotor (envolvendo habilidades). A definição desses objetivos leva em consideração não só a análise das necessidades mas também o tempo disponível, sendo às vezes muito difícil adequar os objetivos ao tempo de que se dispõe.
A seguir, apresentamos uma lista de exemplos em cada um desses objetivos nos três domínios, aplicado ao ensino de línguas (cada objetivo geral é seguido de objetivos específicos).
Taxionomia de objetivos para o ensino de línguas
Domínio cognitivo
1. Conhece o vocabulário relacionado a um determinado tópico
1.1 identifica sinônimos
1.2 relaciona antônimos
1.3 define palavras
1.4 nomeia objetos
1.5 soletra palavras
1.6 deduz o significado de palavras desconhecidas através do contexto
2 Compreende a estrutura gramatical
2.1 substitui palavras numa frase
2.2 transforma frases (interrogação, negação)
2.3 identifica anomalias gramaticais
2.4 fornece o tempo verbal correto
2.5 identifica sentenças completas
2.6 identifica sinonímia estrutural
3 Aplica regras gramaticais
3.1 constrói frases
3.2 responde oralmente
3.3 responde por escrito
3.4 traduz para o português
3.5 traduz para a língua estrangeira
3.6 apresenta alguém
3.7 cumprimenta
3.8 atende a um pedido
4 Analisa textos escritos
4.1 infere emoção
4.2 identifica estereótipos culturais
4.3 deduz conseqüências
4.4 descreve personagens
4.5 esquematiza enredo
4.6 descreve contexto
4.7 identifica tema
4.8 relaciona informação textual com informação extratextual
5 Integra conhecimentos de diferentes áreas
5.1 usa mecanismos adequados para iniciar e encerrar turnos de conversação
5.2 resume extraindo as idéias principais de um texto
5.3 usa o sumário e índice remissivo de um livro para encontrar a informação desejada
5.4 escreve um parágrafo bem organizado
5.5 completa exercícios de cloze
5.6 expressa relações entre partes do texto através de conectores
5.7 organiza adequadamente a informação num texto dissertativo
5.8 faz o mapa conceitual de um texto
5.9 transforma um mapa conceitual em texto
6 Julga o valor de material escrito
6.1 explica a finalidade de um mecanismo retórico
6.2 justifica o uso da linguagem figurada
6.3 relaciona estilo com objetivo
6.4 identifica níveis de formalidade


Domínio afetivo
1 Aceita diferenças culturais
1.1 olha com atenção para fotos
1.2 faz perguntas sobre ilustrações
1.3 aponta para detalhes das ilustrações
1.4 faz comentários sobre fotos
2 Demonstra interesse no tópico
2.1 oferece-se como voluntário para responder perguntas
2.2 faz atividades além do que é solicitado
2.3 traz material extra para a aula
2.4 pergunta sobre cursos na comunidade
2.5 cumprimenta o professor na LE
3 Aprecia obras literárias
3.1 tira livros emprestado da biblioteca
3.2 lê além do que pede o professor por prazer
3.3 discute diferentes autores
3.4 elogia algumas obras literárias
4 Integra conhecimento da língua em seu plano de vida
4.1 justifica a importância de conhecer a língua em sua futura profissão
4.2 lê revistas especializadas
4.3 busca na Internet tópicos tratados em aula
5 Demonstra consistência na prática da língua estrangeira
5.1 aproveita todas as oportunidades para praticar a LE
5.2 participa de salas de bate-papo na LE na Internet
5.3 procura ouvir e ler a LE diariamente

Domínio psicomotor
1 Reconhece vogais na língua estrangeira
1.1 discrimina vogais em pares mínimos
1.2 identifica a vogal numa sentença
2 Sabe a posição dos órgãos da fala para os diferentes fonemas
2.1 pronuncia corretamente seqüências de fonemas inexistentes na língua materna (slow)
2.2 explica a posição da língua para uma determinada vogal
2.3 mostra a posição correta dos lábios
2.4 abre a boca corretamente
3 Imita sentenças que ouve
3.1 repete adequadamente o modelo
3.2 executa exercícios simples de expansão
3.3 executa substituições em exercícios orais
4 Fala naturalmente
4.1 pronuncia sentenças em velocidade normal
4.2 usa a entonação adequada para perguntas
4.3 acentua adequadamente palavras em uma frase
5 Fala fluentemente
5.1 fala sem hesitação
5.2 produz frases no ritmo adequado da língua
5.3 usa pausas corretamente
6 Ajusta a fala à situação
6.1 fala mais rápido quando tem menos tempo
6.2 articula as palavras com mais cuidado quando diante de um auditório maior
7 Muda a pronúncia
7.1 imita sotaques regionais
imita a fala de pessoas famosas

A definição da abordagem
Uma vez definidos os objetivos de aprendizagem, é necessário selecionar os conteúdos pelos quais os objetivos serão alcançados. Se o objetivo, por exemplo, for levar o aluno a compreender um texto de uma determinada área de conhecimento, o conteúdo selecionado pode ser um texto, uma amostra do léxico típico da área, uma lista de determinados mecanismos retóricos ou uma integração de diferentes conteúdos. A opção por um desses aspectos é determinada pela filosofia de aprendizagem a que se filia o professor. Tradicionalmente, no ensino de línguas, há seis grandes abordagens (Krahnke, 1987), que ampliamos abaixo, incluindo aspectos da língua materna.
Abordagem estrutural. O que o aluno precisa aprender são o léxico e as estruturas gramaticais da língua. Deve saber expressar-se dentro de um vocabulário adequado e com correção gramatical. Pode haver uma tolerância maior ou menor para com os vícios de linguagem, incluindo estrangeirismos, problemas de regência, mas geralmente não são aceitos. A preocupação é mais com a forma do que com o conteúdo.
Abordagem nocional/funcional. A ênfase está no objetivo para o qual se usa a língua, na realidade, mais na função do que na noção. No caso da língua estrangeira, parte de uma taxionomia das funções: como discordar, apresentar alguém, pedir desculpas, etc. Também pode ser aplicado ao ensino da língua materna: como escrever uma carta de pedido de emprego, como rejeitar um convite educadamente, como solicitar ao auditório que se levante para cantar o hino nacional, etc.
Abordagem situacional. O conteúdo a ser ensinado parte de uma situação onde a língua é usada: visita ao médico, check in no aeroporto, abertura de uma reunião de negócios, etc. O pressuposto é de que nessas situações há uma seqüência típica de funções que ocorrem sempre da mesma maneira usando sempre o mesmo tipo de linguagem − e que pode, portanto, ser pré-determinado.
Abordagem baseada em competências. Parte do princípio de que a linguagem usada numa determinada situação é relativamente independente da situação, dependendo mais de competências e processos lingüísticos (domínio dos aspectos fonológicos, lexicais, sintáticos, discursivos, capacidade em detectar a idéia principal, em fazer uma apresentação oral, etc.) que perpassam diferentes situações.
Abordagem baseada em tarefa. Caracteriza-se por subordinar a aprendizagem da língua à execução de uma determinada tarefa. É a execução da tarefa que vai determinar que conteúdo lingüístico precisa ser aprendido. Diferencia-se da abordagem situacional, por não predeterminar esse conteúdo, que pode surgir de modo imprevisível durante o desempenho da tarefa.
Abordagem baseada em conteúdo. Põe a ênfase no conteúdo, usando a língua que o aluno precisa aprender. O pressuposto é de que enquanto o aluno presta atenção no conteúdo, acaba adquirindo a língua incidentalmente. O material portanto não é desenvolvido a partir de tópicos lingüísticos, mas de tópicos do próprio conteúdo.
Ainda que seja possível desenvolver material de ensino rigorosamente dentro de uma única abordagem, a prática sugere a integração de duas ou mais. É também aconselhável levar em consideração os objetivos de aprendizagem, e, a partir daí, escolher a abordagem mais adequada.

A definição do conteúdo
O conteúdo na produção de um determinado material pode ser definido de várias maneiras, dependendo da concepção que se tem de língua. Se entendo, por exemplo, que língua é um conjunto de palavras ligadas por regras gramaticais, faço um recorte do léxico e da sintaxe; se vejo a língua como um conjunto de eventos comunicativos, incluo outros aspectos como regras de formalidade, os lugares sociais de onde falam os interlocutores, os efeitos de sentido que suas falas podem provocar, etc.; se entendo a língua como um meio para desempenho de determinadas atividades, posso selecionar uma lista de tarefas que devem ser executadas pelos alunos: como escrever uma carta comercial, elaborar um currículo, fazer uma homepage, etc.
Quando se fala em produção de materiais, tem-se privilegiado o ensino baseado na tarefa. Nesse caso, há uma preocupação maior com o mundo real e o uso de dados lingüísticos autênticos. A idéia é de que o aluno não deve passar por um curso sem conhecer a língua como ela é realmente usada fora da sala de aula. Muitas vezes os alunos têm dificuldade de transferir para o mundo real aquilo que aprendem na escola. Não vendo aplicação prática para o conhecimento adquirido, acham-se muitas vezes donos de um conhecimento inútil. O uso de material autêntico pode ser uma maneira de facilitar essa transferência de aprendizagem.
A transferência, no entanto, parece estar apoiada em um paradoxo de difícil solução (1) para sobreviver no mundo real, o aluno precisa ser preparado pela escola; (2) para ser preparado, de modo que a aprendizagem faça sentido, o aluno precisa conhecer o mundo real. O desafio aqui − usando uma metáfora freqüentemente citada na educação (Weininger, 2001) − é como levar o aluno do ambiente protegido do aquário para os perigos do mar aberto. A solução proposta por alguns, usando ainda a mesma metáfora, é jogar o aluno no mar, puxando-o de vez em quando para que respire (Wilson, Jonassen & Cole, 1993). A idéia é de que o tempo entre o investimento inicial do aluno na aprendizagem e o retorno pelo esforço despendido seja o mais breve possível, o que pode ser facilitado na medida em que o aluno seja solicitado desde o início a realizar tarefas significativas e próximas do mundo real (Carroll, 1990).
Na definição do conteúdo, a preocupação está em definir da maneira mais clara possível o que exatamente o aluno precisa aprender para atingir os objetivos definidos anteriormente.
A definição das atividades
A produção de materiais de ensino é uma área essencialmente prática. A teoria é importante na medida em que fornece o suporte teórico necessário para justificar cada atividade proposta, mas subjaz à atividade, podendo ou não ser explicitada. Quem prepara o material precisa ter uma noção bem clara da fundamentação sobre a qual se baseia, mas vai concentrar todo seu esforço em mostrar a prática, não a teoria. A teoria trabalha nos bastidores; a prática é o que aparece no palco. Um bom trabalho de bastidores dá segurança ao que é apresentado, permitindo inovações e até ousadias.
As atividades propostas para o ensino de línguas têm sido tradicionalmente classificadas em quatro grandes áreas: (1) fala, (2) escuta, (3) leitura e (4) escrita. Os materiais podem ser preparados para cada uma dessas habilidades, em separado, ou de modo integrado, incluindo duas ou mais habilidades. A Figura 1 mostra o recorte de uma atividade que pode ser usada para a prática da leitura de tabelas, produção oral e escuta.
A definição dos recursos
A definição dos recursos envolve basicamente o suporte sobre o qual a língua vai ser apresentada ao aluno. Tradicionalmente o suporte mais comum tem sido o papel, que por sua vez pode ser subdividido em muitos outros (livro, jornal, revista, revista em quadrinhos, revista acadêmica, etc.). Com o desenvolvimento e barateamento das tecnologias de comunicação, outros suportes tornaram-se populares, incluindo fitas de áudio, fitas de vídeo e, mais recentemente, o computador e a Internet.

Figura 1 − Exemplo de material para ensino de Português como língua estrangeira.


A introdução do computador parece demandar uma nova alfabetização, ou literacia, com a exigência de novas competências, incluindo a capacidade de trabalhar com arquivos eletrônicos (saber como salvar um arquivo, copiá-lo de um computador para outro, compactá-lo e descompactá-lo, enviá-lo pela Internet, navegar na rede, localizar arquivos em qualquer ponto do planeta, instalar e desinstalar programas, usar anti-virus etc.). O computador, na realidade, representa uma convergência de diferentes tecnologias, incluindo textos, imagens, sons e movimentos.
Para quem possui as competências pressupostas pela nova literacia, os recursos que podem ser usados para o desenvolvimento de materiais de aprendizagem nunca foram tantos, tão fáceis de usar e tão disponíveis. Muitos recursos que há alguns anos só estavam disponibilizados para grandes empresas, com altos custos de produção, agora podem ser acessados por praticamente por qualquer indivíduo, a um custo irrisório ou inexistente. A Figura 2, por exemplo, mostra o resultado de uma pesquisa usando o Google, onde o objeto procurado era a imagem de mãe com filho (“woman” e “child” em inglês). Em menos de um segundo o sistema conseguiu localizar milhares de arquivos contendo imagens de mulher com criança.
Depois de acessado, um arquivo eletrônico, por sua natureza líquida, altamente mutável, pode ser modificado e reformulado de inúmeras maneiras (Maley,1998). Uma imagem pode ser não só ampliada, reduzida, alongada, distorcida, etc. mas também inserida num determinado texto que o professor tenha selecionado para um grupo de alunos. Seja qual for o texto, é sempre possível ilustrá-lo com uma foto ou desenho rigorosamente adequado a um determinado conteúdo ou objetivo de uma aula.


Figura 2 − Imagens selecionadas do Google com as palavras-chave “woman” e “child”, de um universo de milhares de imagens.

Ordenamento das atividades
Os dois critérios básicos para o ordenamento das atividades são facilidade e necessidade. Pelo primeiro critério, inicia-se pelo que é mais fácil e simples para o aluno, progredindo gradativamente para o que é mais difícil e complexo. O retorno pelo investimento feito na aprendizagem pode às vezes demorar um pouco, até produzir algo útil. Pelo critério da necessidade, começa-se pelo que é mais necessário e útil para o aluno, com retorno mais imediato. A situação ideal é aquela em que se possa unir os dois critérios; quando isso não for possível, a tendência tem sido sacrificar pelo menos parte da facilidade em benefício da utilidade antecipada.
Uma maneira mais ampla e geral de ordenar as atividades baseia-se nos nove eventos instrucionais de Gagné, assim descritos:
Garanta atenção. Inicie despertando a curiosidade do aluno para o tópico da atividade. Conte uma história, mostre uma ilustração, faça uma analogia, conte uma anedota, cite um pensamento interessante.
Informe os objetivos. Deixe claro para os alunos o que eles vão aprender: “No fim dessa atividade vocês vão saber como...”. Crie uma expectativa através dos objetivos.
Acione o conhecimento prévio. Faça os alunos pensar sobre o que eles já sabem. Relacione a atividade nova a situações e conhecimento que lhe são familiares.
Apresente o conteúdo. Mostre os pontos mais importantes, use técnicas variadas para manter a atenção e aumentar a compreensão. Use ilustrações, fotos, objetos.
Facilite a aprendizagem. Ajude os alunos a seguir no processo de aprendizagem, orientando, esclarecendo, dando exemplos.
Solicite desempenho. Mantenha participação ativa dos alunos. Peça para que executem tarefas relacionadas ao que estão aprendendo. Envolva-os perguntando, discutindo, demonstrando.
Forneça feedback. Deixe claro para seus alunos de como eles estão acompanhando a atividade, ajudando com mais esclarecimento quando necessário. Tente produzir o material de aprendizagem de modo a poder inserir feedback.
Avalie o desempenho. Verifique a aprendizagem dos alunos pela observação, perguntas. Na produção de materiais abra espaço para avaliação contínua.
Ajude na retenção e transferência. Faça com que os alunos lembrem o que estão aprendendo e ajude-os a aplicar seus novos conhecimentos.

A questão da motivação
Manter a motivação durante e após a atividade de ensino tem sido uma das grandes metas da educação e é uma das preocupações básicas na produção de materiais. A atividade deve ser prazerosa para o aluno, despertar sua curiosidade e mantê-lo interessado no assunto, mesmo depois que tenha terminado. O modelo mais conhecido para incorporar técnicas de motivação em atividades de ensino é o ARCS (Sigla para Atenção, Relevância, Confiança e Satisfação), desenvolvido por John Keller na Universidade do Estado da Flórida.
A teoria básica sobre a qual se apóia o modelo é a chamada expectativa de valor, segundo a qual a motivação é medida pelo esforço demonstrado na execução de uma tarefa. Para que haja esforço, duas condições são necessárias: (1) a pessoa deve acreditar que a tarefa seja importante; (2) a pessoa deve acreditar que é capaz de executar a tarefa (Vroom, 1964; Porter & Lawler, 1968; Tomlinson, 1998).
O modelo ARCS identifica quatro estratégicas básicas para sustentar a motivação:
Estratégias de atenção [A] para despertar e manter a curiosidade e o interesse. Pense em maneiras pela qual se pode introduzir uma novidade, surpresa ou incerteza no início de uma atividade. Como fazer perguntas e apresentar problemas que possam estimular a curiosidade? Como introduzir variação na atividade que está sendo proposta?
Estratégias de relevância [R] para mostrar a utilidade de uma tarefa, quais são seus objetivos e quais são os métodos que podem ser usados para chegar aos objetivos, mostrando também a importância que a tarefa pode ter na vida dos alunos. Permitir que os alunos exponham seus interesses e necessidades. Relacionar a tarefa à experiência e valores apreciados pelos alunos. Expor a tarefa de maneira clara e compreensível para os alunos.
Estratégias de confiança [C] que ajudem os alunos a desenvolver uma expectativa positiva de sucesso. Informar aos alunos quais são os critérios de avaliação, o que se espera deles em termos de trabalhos a serem executados. Oferecer oportunidades de sucesso através de projeto menores que preparem os alunos para os projetos maiores. Reconhecer o esforço pessoal do aluno e seus acertos em cada atividade proposta.
Estratégias de satisfação [S] que mostre reconhecimento pelo esforço intrínseco e extrínseco do aluno. Exemplos de esforço intrínseco envolvem a satisfação pela própria aprendizagem, possivelmente mostrando o exemplo de pessoas conhecidas que possuem a habilidade em questão. Exemplos extrínsecos incluem feedback, diplomas, homenagens, etc.
Implementação
A etapa da implementação pode receber um cuidado maior ou menor dependendo, via de regra, da maior ou menor presença de quem preparou o material. Há três situações básicas: (1) o material vai ser usado pelo próprio professor, (2) o material vai ser usado por outro professor, (3) o material vai ser usado diretamente pelo aluno sem presença de um professor. Cada um desses casos requer uma estratégia diferente de implementação.
Quando o próprio professor prepara o material para os seus alunos a implementação dá-se de modo intuitivo, complementada pelo professor, que oralmente explica aos alunos o que dever ser feito. Normalmente o material pressupõe essa intervenção oral, funcionando em “distribuição complementar” com o professor. Erros maiores e mal-entendidos que atrapalharam na implementação podem ser anotados e reformulados para uma próxima apresentação. A Figura 3 mostra um exemplo deste tipo de atividade.
Quando o material vai ser usado por um outro professor há necessidade de instruções de como o material deve ser apresentado e trabalhado pelos alunos. Usando ainda como exemplo a Figura 3, o autor teria que explicar o objetivo da atividade, o tipo de conhecimento que está sendo construído, como a atividade deve ser conduzida junto com os alunos, as possíveis respostas para as questões que estão sendo colocadas, como certas respostas dadas pelos alunos deveriam ser trabalhadas, etc.
A situação mais difícil e que requer maior cuidado é aquela em que o material vai ser usado sem a presença do professor. Há dois grandes desafios aqui: O primeiro é estabelecer contato com o aluno, idealmente oferecendo nem menos nem mais do que ele precisa, descendo ao seu nível de conhecimento mas sem distorcer a complexidade do saber que precisa ser apreendido. O segundo desafio, é tentar prever o que pode acontecer. Como o professor não estará presente durante a execução da tarefa, é preciso ter uma idéia das possíveis dúvidas do aluno. Prever, no entanto, é partir do pré-construído, sem espaço para a criatividade e o inesperado. Tudo o que o aluno fizer além do que estiver previsto no material ficará sem retorno, de modo que quanto mais criativo for o aluno mais abandonado ele ficará.

Figura 3 - Exemplo de material sem instruções de uso.

Alguns exemplos tradicionais de material produzido para ensino sem a presença do professor são os livros com chaves de respostas, cursos de línguas com fitas de áudio, às vezes incluindo perguntas com tempo de espera para a resposta do aluno, seguida da gravação da resposta correta para que o aluno possa escutar e comparar seu desempenho.
Com a informatização e a possibilidade da tomada de decisão pela máquina, a aprendizagem sem a presença do professor pode ser melhorada em termos de gerenciamento: uma ajuda automática pode ser apresentada para o aluno em caso de erro, a avaliação do desempenho pode ser dada logo após a resposta solicitada, uma estratégia de leitura pode ser sugerida no momento em que o aluno demonstrar precisar dela, etc.
A aprendizagem independente, sem a ajuda do professor, parece ter duas grandes limitações:
(1) Necessidade de alta motivação. A aprendizagem só ocorre se o aluno demonstrar o empenho suficiente para vencer todos os obstáculos que podem ocorrer durante a execução das tarefas. Será preciso muitas vezes refazer o trabalho, buscar ajuda em outros materiais, usando diferentes estratégias para resolver os inúmeros problemas que surgem. Sem essa motivação constante, que perdure além do entusiasmo inicial, não há possibilidade de manter o envolvimento necessário com o conteúdo para que a aprendizagem ocorra.
(2) Falta de uma avaliação externa. O aluno é o juiz de seu próprio desempenho. Como seu desempenho não é assistido, haverá erros e desvios em sua aprendizagem que passarão desapercebidos e poderão ficar automatizados. Mesmo em ambiente informatizado, não há possibilidade de captar todos os desvios que podem ser produzidos pelo aluno e que afetarão negativamente sua aprendizagem.
É possível que com a distribuição do conhecimento em rede - não apenas informação que se observa do lado de fora, mas conhecimento que se compartilha - o aluno tenha oportunidade de testar seus conhecimentos, comparando-o com o conhecimento dos outros. Algumas hipóteses já construídas serão rejeitadas, outras serão confirmadas e uma validação mais precisa da aprendizagem será possível. A aprendizagem autônoma não será a utopia prometida em muitos livros populares que aparecem nos jornaleiros, com títulos chamativos do tipo “Aprenda a falar em público sozinho”, “Francês sem mestre”, “Inglês em 30 dias” etc., mas poderá ser mais viável, por uma razão muito simples. Num mundo em que se distribui a inteligência e a cognição, a distribuição do conhecimento parece uma hipótese razoável. A própria autonomia - como a cognição, a inteligência e o conhecimento - deixa também de ser individualizada para ser coletiva e distribuída.
Avaliação
A avaliação de materiais pode ser feita de modo informal, geralmente quando envolve o trabalho de um único professor que prepara uma folha de exercícios, usa uma vez, vê como funciona, reformula para usar uma segunda vez, e assim indefinidamente com diferentes grupos de alunos, sem chegar a uma versão definitiva. Em outras situações, o material é preparado por um grupo de professores para uso próprio e/ou de outros colegas da mesma instituição. Nesses casos, a avaliação assume um caráter mais formal e pode ser feita por consultoria de um especialista ou por questionários e entrevistas com os alunos. Em escala maior, como no caso da publicação de um livro, os materiais são normalmente pilotados. (Donovan, 1998)
A avaliação formal pode também ser feita através de protocolos, onde os alunos, ao fazerem as tarefas solicitadas pelo material, procuram expressar o que estão pensando, demonstrando assim os tipos de raciocínio em que estão envolvidos, as estratégias de aprendizagem que estão usando e as atitudes que estão desenvolvendo.
Os questionários, entrevistas e mesmo a análise de protocolos têm sido criticados por não serem muito confiáveis. Por questões de respeito e ameaça à face do professor, o aluno poderá dizer não exatamente o que pensa mas o que acha que o professor gostaria de ouvir. Por isso, muitos pesquisadores preferem a observação direta do trabalho do aluno com o material; mais importante do que o que os alunos respondem ou dizem é o que eles realmente fazem. Isso só se consegue pela observação.
A pilotagem mostra basicamente o que pode permanecer como está e o que precisa ser melhorado. Isso só é possível quando o material é testado com os alunos para o qual se destina, quando então se pode constatar se houve ou não o ponto de contato entre o nível de conhecimento pressuposto pelo material e o nível real do aluno.
Conclusão
Em termos de teoria, principalmente no que concerne os papéis do professor e do aluno, a produção de materiais diverge tanto da abordagem tradicional, que põe o professor no centro do processo de aprendizagem, como da abordagem mais recente, que salienta o papel do aluno. Produção de materiais não está centrada nem no professor nem no aluno; está centrada na tarefa.
É importante não confundir produto com tarefa. O produto é o artefato produzido (a folha de exercício, a fita de áudio, o programa de computador). A tarefa é a atividade que resulta do encontro desse artefato com o aluno. Em outras palavras, o artefato é o instrumento pelo qual a tarefa se realiza. Ensino centrado na tarefa, realça obviamente a tarefa e não o artefato.
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