André Gilberto Boelter Ribeiro


Textos, Artigos Públicados, Reportagens citadas, Fotos, entre outros assuntos.

sábado, 29 de dezembro de 2007

RESENHA: POPULAÇÕES E CULTURAS PRÉ-HISTORICAS

1 – Dados de Identificação


Autor:Marilia Carvalho de Melo e Alvin.
Tradutor s/t
Titulo: Populações e Culturas Pré-históricas
Subtítulo: Inúmeros subtítulos
Edição: s/e
Editora:
Cidade: São Paulo
Ano: 1998
Nº de Páginas: 31-39

2. RESUMO

Muitos são as explicações sobre a origem da população no Novo Mundo, sejam elas biológicas ou mesmo histórica ainda não se chegaram a um consenso. A população pré-histórica chega a América do Sul pelo Istmo do Panamá, e discute a idade de existência dessa população no sul do continente. Mas todos os dados são contestáveis. A cordilheira andina foi ponto de desenvolvimento. No Brasil a região centro-leste (Lagoa Santa e da Costa Atlântica) foram os locais escolhidos.
A Lagoa Santa é uma pequena cidade, com uma área arqueológica ampla e o sitio mais importante no Brasil. E sobre essa região se produz muito estudo. Nela foram encontrados muitos fosseis. Encontrou-se esqueletos e carvões que demonstram ter mais 10.000. Outra descoberta é a Lapa Vermelha IV, onde foi encontrado o esqueleto de uma mulher.
A região da Lagoa Santa na era do Pleitoceno esteve submersa as águas. Somente no limiar da época atual é que o Homem da Lagoa Santa pode ocupar os abrigos sob as rochas do maciço calcário de Cerca Grande.
Alguns fósseis parecem atuais outros nem tanto. Os extensos períodos pluviais e a lixivização e laterização contribuem para a extinção de muitos animais. A cultura do homem da lagoa Santa predomina ponta de flechas confeccionadas de osso e com formas pendiculares de pedra polida. O homem de Lagoa Santa era coletor—caçador, e não conhecia a agricultura. Possuía cultura rudimentar quanto a tecnologia, escassez da cultura.
As pesquisas morfológicas no Brasil são relativamente pequenas. Com base no material de Cerca Grande, os esqueletos foram exumados. Demonstraram a grande afinidade morfológica dos antigos ocupantes dos abrigos e lapas da área arqueológica de Lagoa Santa. O texto aponta pela não miscigenação destes grupos.
Os referidos espécimes apresentam grande freqüência dos seguintes caracteres morfológicos: constituição medianamente robusta ou grácil; diferenciação sexual moderadamente marcada no esqueleto; estatura baixa; anomalia numérica por excesso ou por falta; incisivos medianos superiores na face lingual; abrasão dentária com presença de cáries.
Os sambaquis são encontrados no Brasil, distribuídos ao longo da costa, desde a foz do Amazonas até o Rio Grande do Sul e as vezes, no interior. Os sambaquis apresentam sob forma de colinas, de base oval, formadas, sobretudo de carapaças de moluscos dispostos em camadas mais ou menos nítidas de variada espessura, contendo leitos de carvão humano, inclusive sepultamentos. Em casos excepcionais, medem 30m de altura por 400m de comprimento. Existem sambaquis recentes e podem ser classificados como naturais e artificiais. Foi quem propôs a primeira classificação dos sambaquis em fases, em que se combinavam os critérios espacial e temporal.
Os sambaquis compreendem as idades de 7000 à 1500 anos passados. Mais recente que o sambaqui de Maratua e igualmente datado pelo C-14 foi o material de um outro sambaqui, o da Ilha dos Ratos, na baia de Guaratuba , Paraná.
Foram encontrados muitos esqueletos humanos nos sambaquis e isso sempre foi um grande problema para pesquisa. Não há uma uniformização racial nos sambaquis. E no interior do Brasil a variabilidade racial é maior. Um fator principal nas pesquisas morfológicas é a carie, a alimentação e a estrutura corporal dos homens do sambaquis. Os sambaquis variam grandemente no tempo e no espaço e diversas populações podem ter sido responsáveis, portanto, pela construção desses sítios arqueológicos.
Utensílios de pedra encontrados em Rio Claro acusa pelo C-14 que data de 6245 anos. Mas alguns afirmam que o sitio Alice Bôer antiguidade maior. Através de escavações sistemática que no interior do Paraná que há 6386 anos grupos indígenas habitaram as margens do rio Ivai.
Os trabalhos na Amazônia demonstram vários complexos culturais distintos que correspondem às fases Ananatuba, Mangueiras, formiga, Marajó e Arua e à cerâmica Santarena.
A fase Ananatuba é originária possivelmente da Colômbia e foi introduzida em Marajó há aproximadamente 2.800 anos. A fase Mangueiras é derivada da Annatuba. A fase marajoara é a mais conhecida devido a beleza de sua cerâmica. Procedente do Equador e da Colômbia foi introduzida na ilha por volta do ano 1.000 de nossa era. A ultima fase denomoinada Aruâ (nome dado ao grupo tribal encontrado pelos primeiros exloradores da Ilha de Marajó), é identificado por um estilo cerâmico, sem qualquer parentesco com o da fase Marajoara, e prolonga-se até princípios do século XIX.
A cerâmica tupi-guarani abrange uma área muito ampla e seus portadores se estenderam pelo litoral atlântico desde o Nordeste brasileiro até o Rio da Prata e para o interior alcançaram o Paraguai e o Araguaia. O sitio mais antigo data de mais ou menos 3935, ou seja, 1958 a.C e localiza-se no município de Tenente Portela- RS.
O homem tupi-guarani, além de coletor e caçador, era praticante da agricultura, o que lhes dava vantagem nas guerras pelo acúmulo de alimentos. Usava arco, flecha e o tacape. As vezes havia o processo de aculturamento com os vencidos.
Em alguns sítios são encontradas muitas urnas funerárias. Os tupis são conservadores de sua tradição.
3. CONCLUSÕES DO RESENHISTA
O que se pode concluir deste texto é que não há uniformidade entre todas as culturas pré-históricas do Brasil. O que comprova que os sambaquis são depósitos humanos de materiais orgânicos, calcários, empilhados ao longo do tempo e sofrendo a ação da intempérie, o que acaba por promover uma fossilização química, pois a chuva deforma as estruturas dos moluscos e dos ossos enterrados, difundindo o cálcio em toda a estrutura e petrificando os detritos e ossadas porventura ali existentes.
Diante dessa conservação, encontrou-se esquelçetos humanos, e o seu estudo comprova que não existe também uma uniformidade morfológica nas populaçõe de Sambaquis.
Outro ponto osbervado é que as história da cerâmica nos povos pré-históricos não são genuinamente do inteiror brasileiro, mas sim provinientes de regiões vizinhas.

4. TRECHOS QUE SIRVAM PARA CITAÇÕES

As pesquisas sobre sambaquis são ainda parciais e incompletas. Entretanto, podemos inferir dos estudos já realizados que a alimentação usual dos construtores dos sambaquis constitui-se de moluscos terrestres e aquáticos, mariscos, ostras, mexilhões, peixes e em menor quantidade, répteis, aves e mamíferos, como o tapir, a capivara, a paca e os pequenos veados. Disto se conclui que eram mais coletores do que caçadores (p. 4).


As pesquisas realizadas sobre o homem no Novo Mundo precisam ser, na verdade maiores em extensão e profundidade, não só em grupos indígenas e americanos, mas em grupos da Mongólia e da região asiática da União Soviética, de onde talvez provieram os maiores contingentes populacionais que povoaram as Américas ( p. 01).

5. VOCABULÁRIO

SAMBAQUIS - São depósitos de conchas acumuladas por grupos tribais que dependiam da coleta de moluscos como base de sua alimentação, ocupando-se paralelamente da caça e da pesca.

CERÂMICAS – é a atividade de produção de artefatos a partir de argilas, que torna-se muito plástica e fácil de moldar quando umedecida.


MORFOLÓGICA - é o estudo da forma de um organismo, ou de parte dele.

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