André Gilberto Boelter Ribeiro


Textos, Artigos Públicados, Reportagens citadas, Fotos, entre outros assuntos.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Homens e Mulheres: um novo olhar.

Lendo esse texto, percebi que algumas ideias merecem ser ressaltadas. O que perece ser a inversão de lugares, nada mais é que o desmascaramento de um fato social decadente: a mulher deixa de ser coadjuvante social.
Acredito que as duas teorias expostas denunciam que o homem sempre ligou, o que acontecia é que as mulheres ficavam tão ansiosas que não viam isso, e de olho no relógio não viam o tempo passar. O homem sempre ligou e sempre vai ligar, da mesma forma que a mulher sempre esperou e sempre vai esperar. Ou quando um homem entrega seu número telefônico a uma mulher, não fica ansioso para que ela retorne.
Já para a outra teoria, o homem era o caminho mais certo para as mulheres. Hoje não, elas dispõem da carreira, das atividades sociais, da academia e da liberdade moral de experimentar vários homens sem serem chamadas de p..., e por isso, não querem criar vínculos. A constituição familiar ou amorosa não ocupa mais lugar de destaque.
Não acredito que as mulheres, “ao longo dos anos, vêm se tornando homens”, mas que ao longo dos anos as mulheres e os homens podem ocupar espaços iguais.
Achei hilário quando colocastes que os homens estão virando mulheres. O fato deles ligarem no dia seguinte e insistirem pode ser um mecanismo de defesa, mas antes é um mecanismo de auto afirmação do gênero masculino e não do homem individual. O homem está sentido que o lugar de excelência na vida feminina, não é mais seu!
É por isso, que o próprio homem dessa nova geração se permitiu a usar mousse, fazer limpeza de pele, usar cachecol e trocar a cerveja pelas bebidas coloridas pegando fogo.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

POR UM NÍVEL METAPLÍCITO NA CONSTRUÇÃO DO SENTIDO TEXTUAL

Comentários ao texto de José Marcelino Poersch.

O texto operacionaliza questões sobre um modelo de semântica e o processamento de informação, análise dos níveis de construção do sentido, compreensão e liturabilidade associada á eficiência comunicativa, relações de coerência implícita e explícita entre proposições, o texto de relacionar proposições.
A memória semântica deve ser entendida como a forma individual de estocagem do significa de um texto. Sua estrutura é uma rede de inter-relações potenciais que podem ser geradas com base em informações implícitas e de acordo com certas regras. O falante constrói o significado pela ligação entre as proposições, quando não há uma conexão ele cria outros meios que liguem e estruturem o seu pensamento.
Os níveis de construção do sentido podem ser vistos de duas formas: abrangência textual e profundidade de compreensão: o primeiro determina que a compreensão pode ser lexical, frasal e textual, já o segundo que a construção do conteúdo pode ser explicito, implícito e metaplícito.
Na construção do conteúdo metaplícito é possível que só pode ser construído pelo leitor que tem conhecimento do contexto, varia de leitor para leitor, e que, o sentido metaplicito corresponde á maneira como o texto deve ser efetivamente lido. O texto é propositadamente escrito para que o leitor tenha o conhecimento determinado pelo escritor. É pelos dados extra-textuais que se conhece os verdadeiros sentidos do texto.
Na compreensão é a relação de comunicabilidade entre o leitor e o escritor. A leiturabilidade se relaciona com o tempo e depende não do esforço mas do mínimo de tempo que se leva para captar o significado.
O leitor entende o texto se o ler por partes, e isso ocorre quando ele faz a conexão entre essas partes, como se fosse uma espécie de buffer.
Nesse sentido é possível afirmar que a leitura é um ato de conduz a construção de sentido e a percepção de signos, aproximando-se ao máximo daquilo que o autor quis demonstra-la ao escrever. É por esse motivo que acredia-se que não haverá interpretações idênticas tendo em vista que o conhecimento dos leitores e as impressões de experiências que ele utiliza para interpretar as proposições nunca serão idênticas.
O processo de compreensão é uma síntese daquilo que o leitor conhece da carga lingüística do leitor e da organização do texto.

sábado, 11 de julho de 2009

O ato de escrever

O Ato de escrever compreende inúmeros fatores. Ele é precedido de comportamento de leitor de outros textos, ele envolve um conhecimento de mundo e sociedade, e se aperfeiçoa com a sua prática cotidiana. Por isso, é preciso estabelecer que a escrita é uma forma que envolve outras formas além de sua essência.
O indivíduo que quer ter uma escrita consideravelmente boa deve se ater a leitura de outros textos. Quando se lê, se adquire conhecimento necessário para desenvolver o seu próprio texto, tendo argumentos e contra argumentos para defender ou debater determinados assuntos.
De outro modo, quem pretende escrever, deve ter um conhecimento do contexto que envolve o assunto que se propõem a relatar. Conhecer o mundo e a sociedade, suas relações dinâmicas é oportunamente eficaz para argumentar de dado assunto.
Por fim, o ato de escrever é como um atleta em busca de seu melhor índice. Não se consegue escrever bem sem que a sua prática seja parte integrante do dia a dia do indivíduo. A prática da escrita não se transforma em arte pura e simplesmente pela sua ação, ela vem acompanhada de leituras e análises críticas de seus próprios textos, com o intuito de melhorar.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

SEIS PERSONAGENS À PROCURA DE UM AUTOR E SLOW MAN

Nesse texto buscar-se-á fazer uma relação entre a obra literária Seis personagens à procura de um autor de Luigi Pirandello e da obra Slow Man de J. M. Coetzee.

Na primeira obra o autor faz um contraponto entre o eu social e o eu autêntico, considerando que o ser humano é aprisionado a um impasse trágico, afirmando que é impossível fazer a peça do "teatro no teatro", porque é impossível viver autenticamente a vida: uma vez que se entra – voluntariamente ou não – no jogo da ficção, não é mais possível encontrar qualquer realidade.

Nessa obra verifica-se a seguinte questão: seis personagens que invadem o ensaio de uma outra peça de Pirandello e insistem em representar suas vidas legítimas, propondo ao Diretor do teatro que assuma o papel de autor. Ficando a questão: qual o papel do autor procurado pelas personagens? A entrada dos seis personagens (Pai, Mãe, Enteada, Filho, Menina e Rapazinho) provoca um grande estranhamento no Diretor, que, no momento, estava no meio de um ensaio.

Essa obra é uma das mais complexas de Pirandello, na sua abordagem, trata do drama dos personagens angustiosamente em busca de sua definição, a criação de uma obra pelos profissionais do teatro e as alterações que ela pode sofrer.

Bernardini (2004, p. 13) destaca em prefácio a tradução de Sérgio Flaksman que a obra Seis personagens à procura de um autor que para “Pirandello – que, além do gosto de descrever essas histórias, sentem uma profunda necessidade espiritual de fazer com que elas se “embebam” de um particular sentido da existência e adquiram, por isso mesmo, um valor universal.”

Os personagens estão aí (com ou na sua imagem) e Pirandello não encontra neles (na história deles) um sentido que lhes dê valor. Coloca-os então de lado, que não aflijam o leitor. Mas os personagens (criaturas mentais) afligem o autor: inserem-se entre suas idéias, ocupam seu tempo e sua imaginação, querem realizar-se artisticamente, querem representar sua história (seu drama) no lugar mais apropriado para um drama: no palco. Muito bem, diz o autor, eles que se arranjem. (BERNARDINI, 2004, p. 15).

Para a obra de Pirandello só é possível de viver no mundo imaginário. Tanto que há ocorrências de mortes e suicídios nas suas seis personagens. Discute-se o fazer teatral, a relação ator/personagem e até mesmo a busca metafísica do homem por seu criador.

Os personagens se dizem personagens e não atores, o que cria certa magia em torno de seus atos e de suas falas. Demercy-Mota (2005, p. 02) destaca que:

Esta peça de Pirandello pode exprimir toda a sua pujança, a sua enorme força, porque contém um mistério que é a contaminação do mundo visível pelo mundo invisível, “um mundo surreal”, onde a magia escondida, terrífica e mortal, à qual não se poderia esperar a partida, toma naturalmente o seu lugar no teatro.
O teatro encontra-se, portanto, invadido pelo que lhe é essencial, o seu próprio coração, a sua seiva: as personagens! Personagens que não estão apenas à procura de um autor, mas da totalidade do teatro, todo o teatro deve pôr-se ao seu serviço, ser vampirizado pelas suas existências, pela sua incompletude, pelo seu drama violento que nem chega a ser consumado. E é esse drama que é preciso repetir para fazer o teatro existir.

Pirandello destaca que as personagens já se destacaram dele, vivendo por conta própria:

Adquiriram voz e movimento; já se tornaram, portanto, na luta que tiveram de sustentar comigo para defender a sua vida, personagens dramáticas, personagens aptas a falar e mover-se por si; como tais a si-próprias se vêm desde já; aprenderam a defender-se de mim; saberão também defender-se dos outros. E, se assim é, deixemo-las viver onde habitualmente as personagens dramáticas vivem a sua vida própria: num palco.

Seis personagens à procura de um autor é a obra mais representativa de Pirandello, onde a expressividade de muitos atos de efeitos ( todos eminentemente teatrais) tornam-se cíclicos até o final da peça. O leitor muitas vezes se sentem como os próprios personagens que surgem da sombra. Pode-se dizer que o caso de Pirandelo há uma superteatralidade da vida, podendo-se questionar até que ponto a vida é puramente teatro.

Nieva (2001, p. 08) afirma que “basta por um ponto para que qualquer realidade tornar-se teatralidade e cobrir uma dimensão nova”. Nisso tudo, percebe-se que a vida é uma mentira e que a verdade é teatro. A realidade é uma ficção da realidade. Seis personagens à procura de um autor requer que o leitor se torne no próprio diretor da cena de sua leitura. Quando ele consegue a leitura de Pirandello lhe captura no lançando ao teatro.

Já na obra Slow man do sul-africano J.M. Coetzee, conta-se a história de Rayment Paul de 60 anos, um fotografo e arquivista aposentado, divorciado e sem filhos que vive sozinho. Num certo dia, ele é atropelado por um carro enquanto andava de bicicleta. Como conseqüência ele tem que amputar uma de suas pernas. O protagonista acaba sentindo que sua vida se tornou tão circunscritos que ela já não vale viver.

Quando ele volta para casa, ele contrata uma enfermeira para cuidar dele, ela chama-se Marijana. Ele logo se apaixona por ela, só que esta possui três filhos e é casada. Enquanto Paul pondera como conquistar o coração dela, recebe a visita da misteriosa escritora Elizabeth Costello, personagem de outros dois livros de Coetzee, que desafia Paul a assumir um papel ativo na própria vida.

Nessa obra, cabe ao leitor refletir sobre aquilo que nos torna humanos e o que significa envelhecer.

Elizabeth Costello é uma personagem de uma obra de Coetzee a qual é uma famosa escritora australiana. Ela é protagonista de outra obra, mas que visita a obra Slow Man. A personagem escritora na obra intitulada com seu nome retorna as conferências literárias provocativas e inspiradoras. No entanto, na obra Slow Man ela reaparece. O que implica que Rayment é nada mais do que um personagem que tem evocado na cabeça dela.

Durante a obra, existem muitas outras reuniões entre Rayment e Costello e, com ela sempre lembrando-lhe o que ele é um tolo e praticamente implorando para ele fazer alguma coisa, qualquer coisa. O que permite explorar a relação um escritor e suas personagens.

Esposito (2003, p. 01) destaca que Costello intervem na decisão de vida de Rayment não por amizade ou por compaixão, mas como uma autora no diálogo criativo de um personagem: “Assim que alguém, algures poderia colocá-lo em um livro. Assim que alguém pode querer colocá-lo em um livro... Para que você possa ser útil a criação de um livro... Torne-se importante, Paul. Viva como um herói. ... Ser um personagem principal."

Assim, podemos dizer que em Seis personagens à procura de um autor é possível verificar a busca pela representatividade teatral como conjunto da vida. Onde vida real e imaginário se confundem causando um estranhamento no leitor. A invasão dos personagens no ensaio é a invasão da vida real na imaginação que pretende representar o drama da vida real.

Em Slow Man a situação parece ser invertida, onde a vida real é invadida pela imaginação ou representação, criando conflitos e interrogações no protagonista. A presença de uma autora que deixa a crer que visita seu personagem doente inverte o sentido da busca da família Pirandellana.


REFERÊNCIAS:

BERNARDINI, Aurora Fornoni. Pirandello: Máscara, Persona e Personagem. In: PIRANDELLO, Luigi. Seis personagens à procura de autor / Luigi Pirandello ; tradução Sérgio Flaksman. – 1. ed. – São Paulo: Peixoto Neto, 2004. (Os grandes dramaturgos).

COETZEE, J. M. Slow Man. Martin Secker & Warburg. New Zeland. 2005.

DEMERCY-MOTA, Emmanuel. Seis Personagens em Busca de Autor de Luigi Pirandello com Encenação Emmanuel Demarcy-Mota. A Companhia de Teatro de Millefontaines. França. Grande Auditório. Centro Cultural de Belém, Lisboa, 2005.

ESPOSITO, Scott. Por um personagem principal. Disponível em: http://www.sfstation.com/slow-man-by-j-m-coetzee-1497&ei=pXNLSt7aMo. Acesso em: 14/06/2009.

NIEVA, Francisco. Prólogo de Seis Personajes en busca de autor. Unidad Editorial, S. A. c/ Pradillo, 42 28002 Madrid.

PIRANDELLO, Luigi. Seis personagens à procura de autor. Tradução Sérgio Flaksman. – 1. ed. – São Paulo: Peixoto Neto, 2004. (Os grandes dramaturgos).

TRABALHO APRESENTADO COMO PARTE DA AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA DE LITERATURA INGLESA II

domingo, 28 de junho de 2009

A Matemática no desenvolvimento da Autonomia da criança

1 INTRODUÇÃO

O processo de ensino e aprendizagem de matemática é possível pela interação que ocorre no ambiente escolar. A primeira questão é como fazer com que o conhecimento de lógico-matemático seja estabelecido e flua no cotidiano escolar de maneira a envolver os educando para a troca significativa.

Como o pensamento lógico-matemático pode ser construído e como ele funciona na ótica de Piaget. Quais são as formas de conhecimento que podem existir considerando o relacionamento da criança com o meio.

Com esse paper, busca-se elucidar a importância do relacionamento entre os indivíduos no ambiente escolar e no desenvolvimento do desenvolvimento da autonomia da criança no processo de construção do pensamento lógico matemático.
2 CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO

Segundo o que Piaget expõe em suas teorias é possível e verificável a passagens dos conhecimentos menos estruturados para os mais estruturados. Tendo ele maior sucesso quando aplicou seus estudos com objetivo de desvendar o universo da aprendizagem infantil. Diante de suas análises e conclusões ele realiza classificações e divisões, das quais pode ser citada a do tipo de conhecimento: conhecimento físico, conhecimento social e conhecimento lógico-matemático.

Para Jacques (2007, p. 38) constitui-se o conhecimento físico pela superioridade da característica visual, onde permite-se observar o objeto, traduzindo na experiência imediata. “É quando identificamos cor, formato, peso, tamanho ou o tipo de material que o objeto é constituído. Até mesmo o conhecimento de soltarmos um objeto e perceber que ele cairá no chão é também um exemplo de conhecimento físico”. O conhecimento social é construído mediante a experiência das relações sociais. Construtos do homem que derivam das experiências vividas no contexto ao qual está inserido.

Por conhecimento lógico matemático é possível acontecer nas coordenações de relações, organizada e estruturada pela mente da criança. A análise do objeto pela criança não é de forma isolada e sim relacional ou comparativa através da diferença e da igualdade. “Os avanços do conhecimento lógico-matemático ocorrem na medida em que a criança consegue, a partir da criação de relações simples entre os objetos, coordenar novas relações”. (JACQUES, 2007, p. 39). Para Silva o raciocínio lógico matemático tem influência em todas as áreas do conhecimento:

O conhecimento lógico-matemático segundo Piaget (1978) é uma construção, e resulta da ação mental da criança sobre o mundo. O conhecimento lógico-matemático não é inerente ao objeto; ele é construído a partir das relações que a criança elabora na sua atividade de pensar o mundo. Contudo, da mesma forma que o conhecimento físico, ele também é construído a partir das ações sobre os objetos.
O conceito de número é um exemplo de conhecimento lógico-matemático. Ele é uma operação mental, e consiste de relações que não podem ser observáveis. O pensamento lógico-matemático consiste em uma construção mental que se deve a diversos estados de abstração. (SILVA, 2007, p. 6).

Para Gardner o pensamento lógico-matemático tem sua origem nos objetos, ou seja, ele acaba confrontando/comparando objetos, “ordenando-os, reordenando-os e avaliando sua quantidade que a criança pequena adquire seu conhecimento inicial e mais fundamental sobre o domínio lógico-matemático. Deste ponto de vista preliminar, a inteligência lógico-matemática rapidamente torna-se remota do mundo dos objetos materiais” (GARDNER, 1994, p.100).
Partindo dessa classificação como base teórica, pode-se afirmar que o conhecimento tem como fonte dois pontos: o primeiro é externo e o outro é interno. Serão fontes externas o conhecimento físico e o conhecimento social e serão fontes internas o conhecimento lógico-matemático.

Para o reconhecimento da identidade do objeto é preciso lançar mão de dois aspectos, segundo a teoria de Piaget: abstração empírica e abstração reflexiva. Nesse sentido Silva (2004, p. 01) explana que “a abstração empírica consiste em retirar o conhecimento diretamente dos objetos ou das ações exercidas sobre eles; já a abstração reflexionante retira o conhecimento da coordenação das ações sobre os objetos”.

Diante dos dados apresentados deve-se recorrer as explicações de Freire (2000, p. 32) que leciona que a transferência de conhecimento inexiste, porque o docente tem como função primordial a inevitável a instigação ao aprendizado e ao conhecimento. Considerando que o ensino ultrapassa os limites dos muros da escola, nos dias atuais em que se discute a transferência de responsabilidades paternas/familiar para a escola e que a escola concorre com outros meios de informações e tecnológicos na produção e na divulgação de informações, o docente deve interligar o seu trabalho com o contexto social que por si só instiga. Devendo o professor ir além daquilo que o tradicionalismo prega, e se tornar responsável pela utilização máxima das abstrações para um pleno desenvolvimento do processo de conhecimento lógico-matemático.

As informações que a criança carrega ao chegar à escola são importantes, mas elas adquirem maior importância quando eivadas de significados e ordenadas mentalmente. O professor tem como responsabilidade o desenvolvimento amplo das aptidões do aluno, visando a criticidade e a autodeterminação individual. Por isso, a interação entre professor e aluno é importante para o crescimento da autonomia.

A intensidade de trocas de experiências em grupos, comunicação de dúvidas e descobertas, ou seja, quanto mais o aluno usar a oralidade para explicar as representações pictóricas e a escrita mais próximo estará de desenvolver a linguagem matemática. E mais desenvolverá o pensamento lógico-matemático. Com a autonomia desenvolvida do diálogo, o educando a aplicará aos seus conhecimentos lógico-matemáticos com o intuito de promover mudanças no seu meio. O educando poderá de maneira mais eficiente explorar, investigar, representar e construir significados utilizando-se dos signos internos.

3 CONCLUSÃO

Tendo em vista o que foi exposto acima é possível afirmar que para Piaget o conhecimento lógico-matemático é uma pertença biológica que precisa ser desenvolvida nos indivíduos através de processos especiais. O processo lógico-matemático proporciona uma melhor compreensão do mundo e da sociedade para o indivíduo.

O docente ao estar em contato com o educando possui enorme importância porque através de seus estímulos na prática pedagógica o induz no desenvolvimento de sua autonomia. O aluno ao ser instigado pelo professor a realizar determinadas ações, tarefas ou pensamentos acaba tornando-se consciente de seus atos e do motivo das coisas se constituírem como são, havendo assim uma evolução no conhecimento lógico-matemático.

Assim, é possível afirmar que apesar de ser algo interno o indivíduo não nasce com o seu pensamento lógico-matemático pronto, ou seja, ele constrói ao longo de sua trajetória do conhecimento. A importância do desenvolvimento da autonomia da criança no processo de construção do pensamento lógico matemático reside na qualidade e na forma com que ela construirá e na estrutura deste conhecimento. Uma criança com autonomia maior constrói um conhecimento lógico-matemático melhor.


4 REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido - saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

GARDNER, Howard. Estruturas da Mente a Teoria das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre. RS. Artes Médicas Sul. 1994.

JACQUES. Eleide Mônica da Veiga. Metodologia e Conteúdos Básicos de Matemática. Associação Leonardo da Vinci (ASSELVI). Indaial: Ed. Asselvi, 2007.

Silva, Vicente Eudes Veras da. O pensamento lógico-matemático, 30 anos após o debate entre piaget e chomsky. Disponível em http://www.anped.org.br/reunioes/28/textos /gt19/gt19697int.doc. Acessado em: 01/05/2008.

sábado, 20 de junho de 2009

A IMAGEM DIVINA DE WILLIAM BLAKE E A IMAGEM EM OCTAVIO PAZ

William Blake viveu toda a sua vida à beira da pobreza e morreu sem ter o devido reconhecimento. Blake viveu num período significativo da história, marcado pelo Iluminismo e pela Revolução Industrial na Inglaterra.

A literatura estava no auge do que se pode chamar de clássico "augustano"", uma espécie de paraíso para os conformados às convenções sociais, mas não para Blake que, nesse sentido era romântico, "enxergava o que muitos se negavam a ver: a pobreza, a injustiça social, a negatividade do poder da Igreja e do estado.

Não é possível dissociar o poeta e o pintor, já que sua obra é uma composição única, onde suas atividades artísticas somadas à intelectualidade contestadora, compõem um universo pessoal. Talvez por esse motivo, a grandeza de William Blake não foi compreendida por seus contemporâneos e ainda hoje, não é vista com o devido merecimento.

“Homem de personalidade geniosa, irascível, amável, sempre tido por seus contemporâneos e pósteros, como um louco – falsa acusação que povoou sua reputação pelo tempo afora. Mas não só isso. Alguns de seus aforismos tornaram-se popularíssimos nos mais longínquos recantos da terra.” (GONÇALVES, 2007, p. 01).

No poema de Willian Blake temos a imagem como divina, ou seja, a representação de Deus o criador como um ente sobrenatural que possui muitas características positivas. Nesse sentido faremos uma relação com o texto Imagem de Octavio Paz, o qual trabalha a imagem como representações ou construções de imaginário, aproximando ou conjugando realidades opostas.

Para Paz a imagem é contraditória. A contradição serve apenas para analisar o caráter irrepreensível absurdo da realidade ou da linguagem. A realidade é construída tal como o significado das palavras e nisso elas se contradizem. Sempre se repara a existência de dois pontos que coexistem e se integram: a mística e a poesia. E a ciência vem para desmantelar a poesia de seu lugar.

Verificamos então esses dois pontos na poesia de Blake, onde as características divinas são ressaltadas e não deixam de serem místicas quando investidas de poesia.

Ao Perdão, Piedade, Paz e Amor,
Todos clamam na aflição:
E para estas virtudes prazeirosas
Afirmam sua gratidão.

A história das civilizações antigas se baseiam na dualidade existencial, onde sendo uma coisa não o é a outra, tendo um caráter opositor. Mas apesar dessa oposição, existem um momento em que elas se fundem, não podendo se distinguidas um das outras. Nesse sentido na poesia verificamos a fusão de dois momentos ou ênfases divinas: a capacidade de Deus ser pai e filho:

É Deus nosso pai querido:
E Perdão, Piedade, Paz e Amor,
É o homem, seu filho, a quem cuida.

Paz destaca que o conhecimento da poesia só se dará com a interação dela com o leitor. É através da poesia que o homem conhece e absorve os valores do mundo. A identidade última entre o homem e o mundo, a consciência e o ser, o ser e a existência, é a crença mais antiga do homem e a raiz da ciência e da religião, magia e poesia. Isso acontecerá quando o leitor se apoderar das palavras de Blake quando no momento de tristeza, aflição, dificuldades.

A relação se dará quando o leitor investido de sentimentos semelhantes ao texto se apoderar dele chegando a uma forma de êxtase. Pois a poesia como linguagem é capaz de transcender o sentido das coisas e de dizer o indizível, não se pode separar seu raciocínio das imagens, jogos de palavras e outras formas poéticas. Poesia e pensamento se entretecem até formar uma só tela, uma única matéria insólita.

Quando afirmamos que a poesia possui a qualidade de dizer aquilo que as palavras comuns não são capazes de dizer, tais como de traduzir pensamentos rigorosos como o pensamento das crenças orientais. E que as palavras transformadas em imagens podem dizer o indizível. Afirmamos que Blake em suas imagens poéticas se consegue traduzir aquilo que ele tem de mais belo em seu interior. A própria poesia dele já é um grande incentivo à imaginação.

As imagens na poesia tem diversos níveis: autenticidade, experiência do mundo; a realidade objetiva, as obras; as imagens possuem caráter revelador do mundo e de nós mesmos. Blake utiliza-se de jogo de palavras para criar a imagem dos sentimentos:

Pois Perdão tem um coração humano,
Piedade, um rosto humano,
E Amor uma forma divina,
E Paz, as vestes humanas.

Paz ressalta que as palavras não conseguem exprimir a realidade no seu sentido total. A linguagem é descritiva, é limitada. A imagem reproduz o momento de percepção e força o leitor a suscitar dentro o objeto um dia percebido. Toda palavra corresponde a um significado, isto é, tem outra palavra que diga a mesma coisa. A imagem ao contrário, é aquilo, não se pode dizer com outras palavras. A imagem explica-se em si mesma. O poema é a linguagem em tensão.

Ao descrever a imagem divina, Blake tenta recriar uma “realidade” mítica, revivê-la. A imagem transmuta o homem e converte-o por sua vez em imagem, isto é, em espaços onde os contrários se fundem. A poesia é descobrir e desvendar o próprio ser, que é a imagem e semelhança de Deus, então desvendando a imagem divina, desvenda-se o homem.


REFERÊNCIAS

GONÇALVES, Leo. Willian Blake Hoje. Disponível em: http://www.revistaetcetera.com.br /19/blake_hoje/index.html. Acesso em: 26/06/2009.

PAZ, Octavio. O Arco e a Lira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. Col. Logos. Tradução de Olga Savary (p.15-31 e 82-7).

WIKIPÉDIA. Willian Blake. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Blake Acesso em: 15/06/2009.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A IMPORTÂNCIA DO ATO DE CANTAR PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA


Muitos brinquedos dados às crianças geralmente estigmatizam o corpo humano, uma raça, uma geração, sujeitos infantis de um modelo e não de outros. Assim, as crianças crescem querendo se “barbie e isso é proporcionado dentro da sala de aula. Muitas professoras esquecem que é possível resgatar brincadeiras de roda, ou mesmo cantigas regionais que propiciem a formação e desenvolvimento da criança.

O lúdico é uma alternativa boa e barata para desenvolver integralmente a criança. Deve-se entender por lúdico a forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos, raciocínio de uma criança através de jogos, música, dança, mímica. O intuito é educar, ensinar, se divertindo e interagindo com os outros. Lembrando que não é apenas brincadeira da moda, mas também demais instrumentos, como filmes, histórias e cantigas.

Nesse trabalho buscar-se-á elucidar a importância do ato de cantar para o desenvolvimento em vista as dimensões que a educação infantil alcançou e o contexto em que as crianças se encontram. A educação infantil na modernidade não é aquela coisa delicada e meiga como à três décadas atrás. Pelo contrário, está imersa em tecnologias e modelos importados. Fazendo com que os docentes tenham a necessidade de estar em constante domínio das inovações.

A música pode oportunizar muitas fontes de conhecimento às crianças. Jeandot apud Pires (2008, p. 6) destaca que “mesmo antes de nascer, ainda no útero materno, a criança já toma contato com um dos elementos fundamentais da música – o ritmo, através da pulsação do coração de sua mãe”. E nesse sentido, a música permite que “a criança conheça melhor a si mesma, desenvolvendo sua noção de esquema corporal na comunicação com o outro e contribui no desenvolvimento cognitivo/lingüístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança. Para Schaefer apud Maluf (2008, p. 01):

As atividades lúdicas promovem ou restabelecem o bem estar psicológico da
criança. No contexto de desenvolvimento social da criança é parte do repertório
infantil e integra dimensões da interação humana necessária na análise
psicológica (regras, cadeias comportamentais, simulações ou faz-de-conta
aprendizagem observacional e modelagem). (...) As atividades lúdicas têm
capacidade sobre a criança de gerar desenvolvimento de várias habilidades,
proporcionando a criança divertimento, prazer, convívio profícuo, estímulo
intelectivo, desenvolvimento harmonioso, autocontrole, e auto-realização.
(MALUF, 2008, p. 01).



Dentre os pontos destacados na aplicação musical (canto) na educação infantil, está a integração social da criança. Cantar é acompanhar uma musica propicia à criança o desenvolvimento do seu senso rítmico e d\a coordenação motora. Ao se expressai musicalmente diante de outras crianças, afirmando sua identidade, estabelece relações afetivas, desenvolve a auto-estima, aceita suas capacidades de limitações, reconhece e valoriza a diferença. (PIRES, 2008, p. 06).

Para Circe (2006, p. 46) a música pela sua diversidade, proporciona efeitos significativos no campo da maturação social da criança. Sendo por meio do repertório musical que se inicia como membro de determinado grupo social. Maluf ainda ressalta que:

O educador deverá propiciar a exploração da curiosidade infantil, incentivando o
desenvolvimento da criatividade, das diferentes formas de linguagem, do senso
crítico e de progressiva autonomia. Como também ser ativo quanto às crianças,
criativo e interessado em ajudá-las a crescerem e serem felizes, fazendo das
atividades lúdicas na Educação Infantil excelentes instrumentos facilitadores do
ensino-aprendizagem. As atividades lúdicas, juntamente com a boa pretensão dos
educadores, são caminhos que contribuem para o bem-estar, entretenimento das
crianças, garantindo-lhes uma agradável estadia na creche ou escola. Certamente,
a experiência dos educadores, além de somar-se ao que estou propondo, irá
contribuir para maior alcance de objetivos em seu plano educativo. (MALUF, 2008,
p. 01).



Assim, o cantar trás como beneficio maior o desenvolvimento integral da criança, atingindo a formação do caráter, da personalidade, dos gestos e das escolhas. Em suma, a musicallizaçao infantil propicia entre outros benefícios a: socialização, alfabetização, inteligência, capacidade inventiva, expressividade, coordenação motora e tato fino, percepção sonora, percepção espacial, raciocínio lógico e matemático e a estética.


O grande debate da educação moderna é a conciliação das diversidades (sejam culturais, regionais ou econômicas), a heterogeneidade cultural é um ponto que caracteriza o Brasil.

A criança na escola convive com a diversidade e poderá aprender com ela.
Singularidades presentes nas características de cultura, de etnias, de
religiões, de famílias são de fato percebidas com mais clareza quando colocadas
junto a outras. A percepção de cada um, individualmente elabora-se com maior
precisão graças ao Outro, que se coloca como limite e possibilidade.
(BRASIL, 1998, p. 1123).


O cantar além dos benefícios físicos e psicológicos, traz benefícios sócio-culturais de integração. Que pretendem ultrapassar as teorias da inclusão parcial, partindo para o reconhecimento e valorização de características de cada um, etnias, escolas, professores e alunos.

A criança experimenta estímulos diferentes. Já que “a brincadeira musical na educação Infantil deve prever ações como: a escuta de músicas e diferenciação de som e silencio, a expressão corporal em diferentes ritmos musicais, o cantar diversas altura e intensidades sonoras, exploração dos sentimentos através da música e a criação musical livre e com regras. (PIRES, 2008, p. 23).

Ao analisar a presença dos elementos lúdicos na educação infantil é possível que muitas dúvidas apareçam. No entanto, é preciso esclarecer que a musicalização enquanto elemento lúdico proporciona o desenvolvimento intelectual e mental em primeiro plano.

Outro fator que é beneficiado pela musicalização é a inserção social pelo conhecimento das diversidades entre os sujeitos. A criança que trabalha com a diversidade aceita-se melhor e aceita o Outro considerando as diferenças.
O direcionamento pedagógico das atividades lúdicas deve ser intencionais para o pleno desenvolvimento da criança. Dessa forma, a utilização do canto deve estar atrelado às novas experiências, à reflexão do cotidiano e a criação de solução para seu dia-a-dia.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998.

MALUF, Angel Cristina Munhoz. A importância das atividades lúdicas na Educação Infantil. Disponível em: <>. Acesso em 12/10/2008.

MARQUES, Circe Mara. Diversidade da criança. Pátio Educação Infantil. Ano IV, n 11. Out. 2006.

PIRES, Gisele Brandalero Camargo. Lúdico e Musicalização na Educação Infantil. Associação Educacional Leonardo da Vinci. Indaial: Ed. Asselvi, 2008.