Em uma conversa cotidiana entramos no assunto das amizades virtuais que tanto tem gerado discussões na mídia e nos educadores, o que nos levou a outro assunto não menos polêmico. Relatávamos nas experiências ocorridas em ambiente virtual, principalmente na ânsia de conhecer novas pessoas e estabelecer novas amizades.
Assim, chegamos a conclusão que grande parte das pessoas que acessam a internet já buscou conhecer alguém pelas redes sociais ou pelo chat, seja qual for o motivo. Isso se tornou tão usual como comprar uma revista que comunica na capa um assunto o qual nos interessa.
No entanto, o cerne de nossa discussão girou em torno de uma pergunta simples e direta mas que denuncia preconceitos e a vulnerabilidade do internauta frente as exigências sociais: Como você é?
Se conhecermos a pessoa pessoalmente, não perguntamos isso, porque estamos vendo-a em nossa frente. Conheceremos em primeiro lugar sua aparência do que seu interior e o que pensa realmente. O que não ocorre nas relações virtuais, caso não haja mentiras no bate papo. O papo até pode estar interessante, as conversas fluindo, os objetivos serem semelhantes, porém, chega um momento em que é inevitável escapar dessa questão.
Mais do que uma curiosidade em saber como o outro ser é, essa questão está eivada de intenções avaliativas e classificatórias, mesmo que inconscientemente. Caso seu interlocutor não esteja dentro dos padrões socialmente determinados e desejados, é quase que instintivamente, na grande maioria das vezes, a realização de outra pergunta: VOCÊ É GORDO (A)?
Essa questão é realizada de forma tão agressiva, quanto perguntar se a pessoa é culpada de um crime doloso ou de algo moralmente condenável, deplorável. Algumas pessoas tentam disfarçar e perguntam a mesma coisa, só que num tom diminutivo, o que não ameniza nenhum pouco suas intenções, demonstrando o preconceito, a futilidade e a mediocridade de tais pessoas que olham para as aparências .
O que podemos tirar de tudo isso é que até mesmo para contatos virtuais o vício da aparência física adequadamente alinhada aos modelos inatingíveis está com as suas garras afiadas para atacar as pessoas.
Infelizmente muitas pessoas (e isso nos incluímos) temos se deixado levar por essa falsa idealização de imagem perfeita e temos deixado de aproveitar a vida e curtirmos bons momentos, por estarem influenciados por essa onde de culto ao corpo “saudável” (até que ponto, eu ainda não descobri).
Isso tudo não é virtual: é real. E de tempos em tempos, visita nossos lares. Então, é oportuno refletirmos sobre outras questões importantes:
- Você é feliz? (mesmo com alguns quilinhos a mais do que você deseja ter)
- Estar gordo te impede ou te limita de fazer algo que você curte? Por quê?
- Estar gordo altera teu caráter? Tua inteligência? Teus sentimentos com os outros?
- Você está sendo influenciado ou tem influenciado pessoas?
Estar bem consigo mesmo é o primeiro passo para mudar situações e padrões que tem levado milhares de pessoas à ruína.
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