André Gilberto Boelter Ribeiro


Textos, Artigos Públicados, Reportagens citadas, Fotos, entre outros assuntos.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Homens e Mulheres: um novo olhar.

Lendo esse texto, percebi que algumas ideias merecem ser ressaltadas. O que perece ser a inversão de lugares, nada mais é que o desmascaramento de um fato social decadente: a mulher deixa de ser coadjuvante social.
Acredito que as duas teorias expostas denunciam que o homem sempre ligou, o que acontecia é que as mulheres ficavam tão ansiosas que não viam isso, e de olho no relógio não viam o tempo passar. O homem sempre ligou e sempre vai ligar, da mesma forma que a mulher sempre esperou e sempre vai esperar. Ou quando um homem entrega seu número telefônico a uma mulher, não fica ansioso para que ela retorne.
Já para a outra teoria, o homem era o caminho mais certo para as mulheres. Hoje não, elas dispõem da carreira, das atividades sociais, da academia e da liberdade moral de experimentar vários homens sem serem chamadas de p..., e por isso, não querem criar vínculos. A constituição familiar ou amorosa não ocupa mais lugar de destaque.
Não acredito que as mulheres, “ao longo dos anos, vêm se tornando homens”, mas que ao longo dos anos as mulheres e os homens podem ocupar espaços iguais.
Achei hilário quando colocastes que os homens estão virando mulheres. O fato deles ligarem no dia seguinte e insistirem pode ser um mecanismo de defesa, mas antes é um mecanismo de auto afirmação do gênero masculino e não do homem individual. O homem está sentido que o lugar de excelência na vida feminina, não é mais seu!
É por isso, que o próprio homem dessa nova geração se permitiu a usar mousse, fazer limpeza de pele, usar cachecol e trocar a cerveja pelas bebidas coloridas pegando fogo.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

POR UM NÍVEL METAPLÍCITO NA CONSTRUÇÃO DO SENTIDO TEXTUAL

Comentários ao texto de José Marcelino Poersch.

O texto operacionaliza questões sobre um modelo de semântica e o processamento de informação, análise dos níveis de construção do sentido, compreensão e liturabilidade associada á eficiência comunicativa, relações de coerência implícita e explícita entre proposições, o texto de relacionar proposições.
A memória semântica deve ser entendida como a forma individual de estocagem do significa de um texto. Sua estrutura é uma rede de inter-relações potenciais que podem ser geradas com base em informações implícitas e de acordo com certas regras. O falante constrói o significado pela ligação entre as proposições, quando não há uma conexão ele cria outros meios que liguem e estruturem o seu pensamento.
Os níveis de construção do sentido podem ser vistos de duas formas: abrangência textual e profundidade de compreensão: o primeiro determina que a compreensão pode ser lexical, frasal e textual, já o segundo que a construção do conteúdo pode ser explicito, implícito e metaplícito.
Na construção do conteúdo metaplícito é possível que só pode ser construído pelo leitor que tem conhecimento do contexto, varia de leitor para leitor, e que, o sentido metaplicito corresponde á maneira como o texto deve ser efetivamente lido. O texto é propositadamente escrito para que o leitor tenha o conhecimento determinado pelo escritor. É pelos dados extra-textuais que se conhece os verdadeiros sentidos do texto.
Na compreensão é a relação de comunicabilidade entre o leitor e o escritor. A leiturabilidade se relaciona com o tempo e depende não do esforço mas do mínimo de tempo que se leva para captar o significado.
O leitor entende o texto se o ler por partes, e isso ocorre quando ele faz a conexão entre essas partes, como se fosse uma espécie de buffer.
Nesse sentido é possível afirmar que a leitura é um ato de conduz a construção de sentido e a percepção de signos, aproximando-se ao máximo daquilo que o autor quis demonstra-la ao escrever. É por esse motivo que acredia-se que não haverá interpretações idênticas tendo em vista que o conhecimento dos leitores e as impressões de experiências que ele utiliza para interpretar as proposições nunca serão idênticas.
O processo de compreensão é uma síntese daquilo que o leitor conhece da carga lingüística do leitor e da organização do texto.

sábado, 11 de julho de 2009

O ato de escrever

O Ato de escrever compreende inúmeros fatores. Ele é precedido de comportamento de leitor de outros textos, ele envolve um conhecimento de mundo e sociedade, e se aperfeiçoa com a sua prática cotidiana. Por isso, é preciso estabelecer que a escrita é uma forma que envolve outras formas além de sua essência.
O indivíduo que quer ter uma escrita consideravelmente boa deve se ater a leitura de outros textos. Quando se lê, se adquire conhecimento necessário para desenvolver o seu próprio texto, tendo argumentos e contra argumentos para defender ou debater determinados assuntos.
De outro modo, quem pretende escrever, deve ter um conhecimento do contexto que envolve o assunto que se propõem a relatar. Conhecer o mundo e a sociedade, suas relações dinâmicas é oportunamente eficaz para argumentar de dado assunto.
Por fim, o ato de escrever é como um atleta em busca de seu melhor índice. Não se consegue escrever bem sem que a sua prática seja parte integrante do dia a dia do indivíduo. A prática da escrita não se transforma em arte pura e simplesmente pela sua ação, ela vem acompanhada de leituras e análises críticas de seus próprios textos, com o intuito de melhorar.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

SEIS PERSONAGENS À PROCURA DE UM AUTOR E SLOW MAN

Nesse texto buscar-se-á fazer uma relação entre a obra literária Seis personagens à procura de um autor de Luigi Pirandello e da obra Slow Man de J. M. Coetzee.

Na primeira obra o autor faz um contraponto entre o eu social e o eu autêntico, considerando que o ser humano é aprisionado a um impasse trágico, afirmando que é impossível fazer a peça do "teatro no teatro", porque é impossível viver autenticamente a vida: uma vez que se entra – voluntariamente ou não – no jogo da ficção, não é mais possível encontrar qualquer realidade.

Nessa obra verifica-se a seguinte questão: seis personagens que invadem o ensaio de uma outra peça de Pirandello e insistem em representar suas vidas legítimas, propondo ao Diretor do teatro que assuma o papel de autor. Ficando a questão: qual o papel do autor procurado pelas personagens? A entrada dos seis personagens (Pai, Mãe, Enteada, Filho, Menina e Rapazinho) provoca um grande estranhamento no Diretor, que, no momento, estava no meio de um ensaio.

Essa obra é uma das mais complexas de Pirandello, na sua abordagem, trata do drama dos personagens angustiosamente em busca de sua definição, a criação de uma obra pelos profissionais do teatro e as alterações que ela pode sofrer.

Bernardini (2004, p. 13) destaca em prefácio a tradução de Sérgio Flaksman que a obra Seis personagens à procura de um autor que para “Pirandello – que, além do gosto de descrever essas histórias, sentem uma profunda necessidade espiritual de fazer com que elas se “embebam” de um particular sentido da existência e adquiram, por isso mesmo, um valor universal.”

Os personagens estão aí (com ou na sua imagem) e Pirandello não encontra neles (na história deles) um sentido que lhes dê valor. Coloca-os então de lado, que não aflijam o leitor. Mas os personagens (criaturas mentais) afligem o autor: inserem-se entre suas idéias, ocupam seu tempo e sua imaginação, querem realizar-se artisticamente, querem representar sua história (seu drama) no lugar mais apropriado para um drama: no palco. Muito bem, diz o autor, eles que se arranjem. (BERNARDINI, 2004, p. 15).

Para a obra de Pirandello só é possível de viver no mundo imaginário. Tanto que há ocorrências de mortes e suicídios nas suas seis personagens. Discute-se o fazer teatral, a relação ator/personagem e até mesmo a busca metafísica do homem por seu criador.

Os personagens se dizem personagens e não atores, o que cria certa magia em torno de seus atos e de suas falas. Demercy-Mota (2005, p. 02) destaca que:

Esta peça de Pirandello pode exprimir toda a sua pujança, a sua enorme força, porque contém um mistério que é a contaminação do mundo visível pelo mundo invisível, “um mundo surreal”, onde a magia escondida, terrífica e mortal, à qual não se poderia esperar a partida, toma naturalmente o seu lugar no teatro.
O teatro encontra-se, portanto, invadido pelo que lhe é essencial, o seu próprio coração, a sua seiva: as personagens! Personagens que não estão apenas à procura de um autor, mas da totalidade do teatro, todo o teatro deve pôr-se ao seu serviço, ser vampirizado pelas suas existências, pela sua incompletude, pelo seu drama violento que nem chega a ser consumado. E é esse drama que é preciso repetir para fazer o teatro existir.

Pirandello destaca que as personagens já se destacaram dele, vivendo por conta própria:

Adquiriram voz e movimento; já se tornaram, portanto, na luta que tiveram de sustentar comigo para defender a sua vida, personagens dramáticas, personagens aptas a falar e mover-se por si; como tais a si-próprias se vêm desde já; aprenderam a defender-se de mim; saberão também defender-se dos outros. E, se assim é, deixemo-las viver onde habitualmente as personagens dramáticas vivem a sua vida própria: num palco.

Seis personagens à procura de um autor é a obra mais representativa de Pirandello, onde a expressividade de muitos atos de efeitos ( todos eminentemente teatrais) tornam-se cíclicos até o final da peça. O leitor muitas vezes se sentem como os próprios personagens que surgem da sombra. Pode-se dizer que o caso de Pirandelo há uma superteatralidade da vida, podendo-se questionar até que ponto a vida é puramente teatro.

Nieva (2001, p. 08) afirma que “basta por um ponto para que qualquer realidade tornar-se teatralidade e cobrir uma dimensão nova”. Nisso tudo, percebe-se que a vida é uma mentira e que a verdade é teatro. A realidade é uma ficção da realidade. Seis personagens à procura de um autor requer que o leitor se torne no próprio diretor da cena de sua leitura. Quando ele consegue a leitura de Pirandello lhe captura no lançando ao teatro.

Já na obra Slow man do sul-africano J.M. Coetzee, conta-se a história de Rayment Paul de 60 anos, um fotografo e arquivista aposentado, divorciado e sem filhos que vive sozinho. Num certo dia, ele é atropelado por um carro enquanto andava de bicicleta. Como conseqüência ele tem que amputar uma de suas pernas. O protagonista acaba sentindo que sua vida se tornou tão circunscritos que ela já não vale viver.

Quando ele volta para casa, ele contrata uma enfermeira para cuidar dele, ela chama-se Marijana. Ele logo se apaixona por ela, só que esta possui três filhos e é casada. Enquanto Paul pondera como conquistar o coração dela, recebe a visita da misteriosa escritora Elizabeth Costello, personagem de outros dois livros de Coetzee, que desafia Paul a assumir um papel ativo na própria vida.

Nessa obra, cabe ao leitor refletir sobre aquilo que nos torna humanos e o que significa envelhecer.

Elizabeth Costello é uma personagem de uma obra de Coetzee a qual é uma famosa escritora australiana. Ela é protagonista de outra obra, mas que visita a obra Slow Man. A personagem escritora na obra intitulada com seu nome retorna as conferências literárias provocativas e inspiradoras. No entanto, na obra Slow Man ela reaparece. O que implica que Rayment é nada mais do que um personagem que tem evocado na cabeça dela.

Durante a obra, existem muitas outras reuniões entre Rayment e Costello e, com ela sempre lembrando-lhe o que ele é um tolo e praticamente implorando para ele fazer alguma coisa, qualquer coisa. O que permite explorar a relação um escritor e suas personagens.

Esposito (2003, p. 01) destaca que Costello intervem na decisão de vida de Rayment não por amizade ou por compaixão, mas como uma autora no diálogo criativo de um personagem: “Assim que alguém, algures poderia colocá-lo em um livro. Assim que alguém pode querer colocá-lo em um livro... Para que você possa ser útil a criação de um livro... Torne-se importante, Paul. Viva como um herói. ... Ser um personagem principal."

Assim, podemos dizer que em Seis personagens à procura de um autor é possível verificar a busca pela representatividade teatral como conjunto da vida. Onde vida real e imaginário se confundem causando um estranhamento no leitor. A invasão dos personagens no ensaio é a invasão da vida real na imaginação que pretende representar o drama da vida real.

Em Slow Man a situação parece ser invertida, onde a vida real é invadida pela imaginação ou representação, criando conflitos e interrogações no protagonista. A presença de uma autora que deixa a crer que visita seu personagem doente inverte o sentido da busca da família Pirandellana.


REFERÊNCIAS:

BERNARDINI, Aurora Fornoni. Pirandello: Máscara, Persona e Personagem. In: PIRANDELLO, Luigi. Seis personagens à procura de autor / Luigi Pirandello ; tradução Sérgio Flaksman. – 1. ed. – São Paulo: Peixoto Neto, 2004. (Os grandes dramaturgos).

COETZEE, J. M. Slow Man. Martin Secker & Warburg. New Zeland. 2005.

DEMERCY-MOTA, Emmanuel. Seis Personagens em Busca de Autor de Luigi Pirandello com Encenação Emmanuel Demarcy-Mota. A Companhia de Teatro de Millefontaines. França. Grande Auditório. Centro Cultural de Belém, Lisboa, 2005.

ESPOSITO, Scott. Por um personagem principal. Disponível em: http://www.sfstation.com/slow-man-by-j-m-coetzee-1497&ei=pXNLSt7aMo. Acesso em: 14/06/2009.

NIEVA, Francisco. Prólogo de Seis Personajes en busca de autor. Unidad Editorial, S. A. c/ Pradillo, 42 28002 Madrid.

PIRANDELLO, Luigi. Seis personagens à procura de autor. Tradução Sérgio Flaksman. – 1. ed. – São Paulo: Peixoto Neto, 2004. (Os grandes dramaturgos).

TRABALHO APRESENTADO COMO PARTE DA AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA DE LITERATURA INGLESA II