André Gilberto Boelter Ribeiro


Textos, Artigos Públicados, Reportagens citadas, Fotos, entre outros assuntos.

domingo, 25 de outubro de 2009

O JORNAL O ESPECIAL E A CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA LOCAL


A história das pessoas ditas “normais” fica muitas vezes esquecida e abafada pelos holofotes da mídia mercadológica pró “celebridades”. Nesse último caso, não se retrata pessoas normais pelas suas qualidades, mas somente pelas suas desgraças. A história do cotidiano local sempre foi substituída pela história oficial e hoje é trocada pela falsa identidade construída de pessoas que pouco tem a oferecer ao púbico, pelos escândalos governistas e pelos seus feitos insignificantes.
Destacar história local em seu território é deixar de lado esses falsos modelos de vida moderna e bem sucedida e adentrar na esfera do real e palpável. A história local não é moldada a quatro paredes e jogada ao povo, seguindo padrões estáticos de escritura textual. Pelo contrário, é pouco a pouco desenhada e alterada.
Abrir um espaço público de exposição de idéias (e nesse caso o jornal impresso local tem grande importância) sem qualquer censura ou limitação é possibilitar que a história se construa e se molde com a cara do povo. Assim, para construir a história local onde a população contribui e interfere é necessário um olhar do povo para o povo. É impossível colocar no papel a verossimilhança dos acontecimentos do cotidiano, enquanto aquele que se propõe a redigir não se despir das roupas mágicas da Super Âncora Global.
Nesse contexto, a proposta do jornal O Especial merece atenção porque não se propõem a fazer um jornalismo “lustrado” ou “mágico”, mas algo naturalmente do cotidiano. Isso causa certo estranhamento, frustrando certas pessoas, que esperavam algo mercadológico. Deixar de falar da marca da roupa da atriz internacional, para dar espaço aos personagens locais, com suas dores e suas cicatrizes é o que rege a verdadeira construção da história local. A condição de acadêmicos e aprendizes dos responsáveis contribui para que haja esse desligamento da “áurea global imaculada” pregada diariamente e para que se faça “o jornal que é a nossa cara”.
PUBLICADO NO JORNAL O ESPECIAL OUTUBRO DE 2009

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