É comum ouvirmos de muitas pessoas que a carreira de professor está desvalorizada e que suas palavras não são valorizadas. Ouve-se que o professor assumiu um papel de família a qual não está preparado e que por isso não consegue resolver suas próprias questões. São muitos os caminhos e descaminhos dessa profissão.
O professor ainda é um formador de opinião dentre a sociedade, principalmente nas pequenas cidades. Os professores em muitas localidades são referência e padrão de conduta para a população. Porém, a maioria dos professores desconhecem que possuem esse poder de articulação de ideologias e de formação de opinião entre seus alunos.
Os professores ainda não se despertaram para a revolução social que podem realizar dentro de uma sala de aula. Dentro desse espaço, são os professores quem possuem a voz e a oportunidade de trabalhar valores e ideais. De selecionar textos, figuras e temáticas que os possibilite desenhar e moldar aqueles que os ouvem. O trabalho de professor é um trabalho fortemente argumentativo e de convencimento. É um embate ideológico. E o professor deve fazer uso dessas prerrogativas de sua profissão.
Outro ponto é que o professor é um profissional que tem suas palavras como marco de credibilidade. Segundo uma pesquisa internacional realizada pela empresa alemã GKF, efetuada em 19 países, incluindo o Brasil, exibe que os professores de ensino fundamental e médio estão entre os profissionais que têm maior credibilidade junto à população. No Brasil eles ficam em terceiro lugar, com 87% de aprovação.
Nos descaminhos, um grande problema na vida do professor é a tênue linha que separa a sua função da função familiar. Há uma confusão entre essas duas bases de formação do indivíduo, e nesse “embate” as crianças ficam livres de qualquer autoridade e limites. O professor torna-se escravo de leis más interpretadas e torna-se vítima da violência que invade muitas escolas do país.
Nesses caminhos e descaminhos cabe ao professor descobrir uma forma de melhorar as condições de atuação profissional, seja no âmbito salarial, seja nas condições das escolas ou seja nas relações pessoais e sociais que estabelecem no decorrer de seu trabalho. Mobilizando a sociedade para lutar por seus direitos.
André Gilberto Boelter Ribeiro
Textos, Artigos Públicados, Reportagens citadas, Fotos, entre outros assuntos.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
DICA DE LEITURA: FEVEREIRO DE 2011
Maior sucesso latino-americano em escala mundial desde Gabriel García Márquez, Roberto Bolaño consolidou-se na direção contrária de seu predecessor, apresentando, em lugar da literatura fantástica que notabilizou o autor de Cem anos de solidão, um realismo cru, de humor sardônico e pessimista. É nessa chave que se desenrola 2666.
Fiel aos dois principais temas que atravessam toda a obra do autor chileno - violência e literatura -, o livro é composto de cinco romances, interligados por dois dramas centrais: a busca por um autor recluso e uma série de assassinatos na fronteira México-Estados Unidos.
A primeira história narra a saga de quatro críticos europeus em busca de Benno von Archimboldi, um escritor alemão recluso do qual não se conhecem fotos. Na segunda, há a agonia de um professor mexicano às voltas com seus problemas existenciais. O terceiro romance conta a história de um jornalista esportivo que acaba se envolvendo com crimes cometidos contra mulheres da cidade de Santa Teresa, no México (ficcionalização de Ciudad Juárez). Na quarta e mais extensa das partes do livro, os crimes de Santa Teresa são narrados com a frieza e o distanciamento próprios da linguagem jornalística das páginas policiais. E finalmente, na quinta história o leitor é conduzido de volta à Segunda Guerra, tornando-se testemunha do passado misterioso de Benno von Archimboldi.
Apesar do tamanho monumental - a edição espanhola de 2666 tem mais de mil páginas -, a trama enigmática mantém o leitor em estado de suspensão até as últimas palavras, quando só então o autor oferece a solução que permite compreender o conjunto do livro.
Recheado de reflexões sobre a natureza do mal, a relação entre cultura e violência e, de quebra, a situação do intelectual latino-americano, 2666 é um livro inteligente, surpreendente e de leitura fácil. Não por acaso, fez uma carreira tão assombrosa no contexto da crítica internacional e entrou para o rol dos grandes fenômenos literários da atualidade.
"O que Bolaño perseguiu e alcançou foi o romance total, colocando o autor de 2666 no mesmo time de Cervantes, Sterne, Melville, Proust, Musil e Pynchon." - Rodrigo Fresán
"Não somente o grande romance em língua espanhola da década, mas também um dos pilares que definem toda uma literatura." - La Vanguardia
"Bolaño é o mais influente e admirado romancista de língua espanhola da sua geração." - Susan Sontag
"Todos eles são Bolaño, todos nós somos Bolaño, até você é Bolaño." - Patti Smith
FONTE DESTE TEXTO: CIA DAS LETRAS
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
LINGUA ESTRANGEIRA E MERCADO DE TRABALHO
O processo globalizado da sociedade iniciado nas ultimas décadas do século passado instaura um novo caminho a ser percorrido pelas pessoas que querem um emprego melhor, e até mesmo, na formulação de propostas pedagógicas nas escolas. O indivíduo deve ter um domínio intermediário de língua e cultura estrangeira para poder ser considerado como uma pérola no mercado de trabalho.
A necessidade de saber língua estrangeira no mercado de trabalho atual não se restringe mais ao inglês e ao espanhol, pelo contrário, é preciso ter um diferencial, principalmente no que tange nos assuntos internacionais. Se olharmos nos sites de empresas multinacionais, uma das exigências é um domínio pleno de um idioma, no entanto, lendo artigos sobre o assunto, verificaremos que saber várias línguas, além de colocar o profissional no mercado de trabalho, aumenta o salário.
Apesar de já estarem inseridas no programa escolar, a língua espanhola e a língua inglesa não conseguem ser plenamente desenvolvida, principalmente nas escolas públicas brasileiras. Um dos motivos é a carga horária que impossibilita o professor de desenvolver todas as habilidades necessárias para aquisição da linguagem estrangeira, pois o estudo da língua estrangeira envolve o ouvir, o falar, o escrever e o ler. E que a língua estrangeira ainda não é considerada essencial para a maioria do público adolescente.
Outro problema encontrado no ensino da língua estrangeira nas escolas é que ele, na sua maioria das vezes, é realizado dissociado de um estudo cultural consistente. Raramente é que se vê um ensino de língua estrangeira aplicada a cultura de origem, o que desvaloriza e desestimula os alunos.
Enfim, independentemente de qual língua se está estudando é preciso ter claro que é um estudo contínuo e perene para a real aprendizagem. A dita “formatura” não certifica ninguém de um domínio integral, pelo contrário, apenas outorga um mínimo de conhecimentos a respeito do assunto.
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